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Bahia

Vídeo: Prefeitura troca barco por canoas e professoras da Ilha de Maré se arriscam para dar aulas

Entidade pede condições dignas de trabalho aos profissionais. Prefeitura não respondeu sobre mudanças

Por Da Redação
Ás

Vídeo: Prefeitura troca barco por canoas e professoras da Ilha de Maré se arriscam para dar aulas

Foto: Reprodução/Instagram

Trabalhadores de ensino que atuam nas escolas da Ilha de Maré, na Baía de Todos os Santos, no município de Salvador, revelam que colocam suas vidas em risco para fazer a travessia até o local de trabalho, no Terminal Hidroviário de São Tomé de Paripe, após a prefeitura de Salvador trocar os barco por canoas. 

Em entrevista ao Farol da Bahia, Eliete Paraguassu, que é marisqueira e quilombola, conta que a situação é preocupante, pois a Ilha de Maré não possui embarcações para toda comunidade, que segundo ela, soma onze mil habitantes quilombolas pesqueiros.

"O risco que os professores correm, nós corremos todos os dias. Essas canoas de fibra são uma mão na roda, pois a prefeitura não nos enxerga como sujeitos de direito, não reconhece que Ilha de Maré deveria ter uma frota de barcos legalizada com suporte e segurança para a população". 

Já Ariany Lobo, em entrevista ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), a professora da Escola Municipal de Ilha de Maré, também pediu providências e relatou como era a situação antes da pandemia.

“Antes da pandemia tínhamos um barco que era fretado pela prefeitura, o qual era responsável pelo transporte de funcionários da Educação que atuavam nas comunidades de Santana e Praia Grande. Com o retorno, em maio, apenas trabalhadores da Reda (regime especial de contratação) estavam indo às escolas – um total de 10 pessoas. A prefeitura, então, trocou o barco, com capacidade de até 30 pessoas, por duas canoas, totalmente inseguras, sem assentos adequados e coletes de proteção, para uma viagem que dura, pelo menos, 50 minutos de percurso”.

Em um vídeo divulgado pelo APLB-Sindicato é possível observar o trajeto das educadoras em uma canoa, com apenas 1,5m de largura, sob chuva e mar agitado. 

Eliete também falou que a população de Ilha de Maré só é lembrada em campanhas eleitorais e não deve ser tratada "com racismo". " Esse é o retrato do racismo em Ilha de Maré. É o retrato de que as pessoas só importam em campanhas. É racismo institucional, ambiental e politico sobre a população de Ilha de Maré"
 
A diretora do APLB, Elza Melo, diz que a entidade solicita providências do executivo municipal para garantir condições dignas de trabalho para esses profissionais. “Não dá para concordar com a forma como esses professores e professoras, aliás, a população que depende também dessas embarcações, vem fazendo essa travessia”.

O Farol da Bahia entrou em contato com a Secretaria Municipal da Educação do Salvador, mas até o fechamento dessa matéria não recebeu resposta. 

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