Premiê do Canadá convoca poderes de emergência para acabar com protestos pelo país
"Os bloqueios estão prejudicando nossa economia e colocando em risco a segurança pública", disse Trudeau em entrevista coletiva

Foto: Reprodução/R7
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, informou na última segunda-feira (14) que acionará poderes de emergência raramente usados no país, durante um esforço para acabar com os protestos que interromperam algumas passagens da fronteira com os Estados Unidos e paralisaram partes da capital.
"Os bloqueios estão prejudicando nossa economia e pondo em risco a segurança pública", disse Trudeau em entrevista coletiva. "Não podemos permitir, e não permitiremos, que atividades ilegais e perigosas continuem."
De acordo com críticos, a abordagem da polícia às manifestações é feita de forma permissiva na cidade fronteiriça de Windsor, em Ontário, e em Ottawa, capital do país, onde os protestos entraram na terceira semana.
"Apesar de seus melhores esforços, agora está claro que existem sérios desafios ao alcance das forças de segurança de efetivamente aplicar a lei", disse Trudeau.
Os manifestantes bloquearam a Ambassador Bridge, uma rota comercial vital para Detroit, por seis dias, antes de a polícia encerrar o protesto no último domingo (13).
Os protestos do Comboio da Liberdade, que foram iniciados por caminhoneiros canadenses contra a exigência de vacinação ou quarentena contra a Covid-19 a motoristas transfronteiriços, atraíram pessoas que são contrárias às políticas de Trudeau em tudo, desde as restrições pandêmicas até o imposto de carbono.
Com a Lei de Emergências de 1988, o governo federal consegue se sobrepor às províncias e autorizar medidas temporárias especiais para garantir a segurança durante emergências nacionais. A lei só foi usada uma vez em tempos de paz, em 1970, pelo pai de Trudeau, o ex-primeiro-ministro Pierre Trudeau.
Também na segunda-feira, quatro primeiros-ministros provinciais — em Alberta, Quebec, Manitoba e Saskatchewan — disseram que se opunham ao plano de invocar o ato, alegando que era desnecessário. O Parlamento canadense precisa aprovar o uso das medidas de emergência em sete dias, e também tem o poder de revogá-las.