Presidente afastado da Coreia do Sul é indiciado por insurreição após autogolpe
Yoon Suk Yeol pode enfrentar sentença de prisão perpétua se condenado
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A equipe de procuradores que investiga a tentativa de autogolpe na Coreia do Sul indiciou neste domingo (26) o presidente afastado do país, Yoon Suk Yeol, pelo crime de insurreição após a declaração de lei marcial no dia 3 de dezembro que suspendeu direitos políticos e tentou cercear a oposição.
A defesa de Yoon chamou o indiciamento de "a pior escolha" que a Procuradoria poderia ter tomado. "A declaração de lei marcial do presidente foi um pedido de ajuda desesperado ao povo por causa da crise nacional causada por uma oposição fora de controle", disseram os advogados de Yoon.
Essa é a primeira vez que um presidente sul-coreano é indiciado por um crime. Se for condenado, Yoon pode enfrentar a prisão perpétua ou até mesmo a pena de morte, muito embora a Coreia do Sul não execute condenados há quase 30 anos.
A tentativa de autogolpe de Yoon causou uma crise política sem precedentes nesta que é a quarta maior economia da Ásia, atrás apenas da China, Japão e Índia. O presidente sofreu um impeachment na Assembleia Nacional no dia 14 de dezembro e está afastado das funções desde então, mas tecnicamente permanece no cargo até que o Tribunal Constitucional do país decida se chancela ou anula o afastamento.
Yoon está preso desde o último dia 15, quando a polícia conseguiu executar um mandado contra ele após horas de impasse e uma tentativa anterior mal-sucedida. Ele deve ser liberado em breve a menos que a Justiça autorize um novo período de prisão.
Durante o julgamento a respeito de seu impeachment, a defesa do presidente afastado disse no Tribunal Constitucional que Yoon não tinha a intenção de decretar lei marcial por completo, e que anunciou a medida apenas como uma tentativa de negociação política.