Presidente da Argentina estende medidas de isolamento até 10 de maio
Alberto Fernández mostrou preocupação com a situação do Brasil
Foto: Reprodução/ Twitter
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou que vai estender o isolamento social de forma estrita nos grandes centros urbanos e flexibilizar nas cidades menores. O mandatário revelou estar "muito preocupado com a situação do coronavírus no Brasil" porque considera que "o governo brasileiro não está encarando o problema com seriedade".
Fernández falou das flexibilizações para as pessoas saírem por uma hora, até 500 metros das suas casas. A nova fase da quarentena total, iniciada em 20 de março e renovada pela terceira vez a partir de segunda-feira (27) vai até o dia 10 de maio.
"Vamos autorizar que qualquer pessoa possa sair em torno de 500 metros da sua casa para fins recreativos, mas não esportivos. Vão poder andar e tomar ar por uma hora diariamente, mas não correr nem andar de bicicleta", pontuou Fernández. O país também continuará com as fronteiras fechadas aos estrangeiros.
Preocupação com o Brasil
Após o anúncio, em entrevista com a TV argentina, Fernández disse que "está muito preocupado com a situação do Brasil" porque "pode cruzar a fronteira argentina".
"Preocupa-me muito a situação do Brasil. Tive uma conversa com todos os governadores por videoconferência. O governador de Misiones (fronteira com Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) expôs com toda clareza a sua preocupação porque as províncias de Misiones e Corrientes (fronteira com o Rio Grande do Sul) são caminho de entrada de muitos caminhões de carga que vêm de São Paulo, onde o foco de infecção é altíssimo", admitiu o presidente argentino.
Alberto Fernández evitou mencionar o presidente Jair Bolsonaro diretamente na hora de criticar e preferiu citar "o povo brasileiro" na hora de se mostrar preocupado.
"Não acho que o governo brasileiro esteja encarando o problema com a seriedade que o caso requer. Digo isso sinceramente", lamentou. "Eu gosto muito do povo do Brasil, mas isso me preocupa muito porque pode vir para a Argentina", advertiu. A Argentina registrou 3.780 casos confirmados e 186 mortes.