Presidente da Câmara, Arthur Lira, afirma que não interferirá na votação da Medida Provisória da Reestruturação
Lira alerta para "cochilo" do Palácio do Planalto e reforça sua atuação em temas importantes para o país
Foto: Agência Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), deixou claro na segunda-feira (30) aos articuladores do governo que não irá interferir na votação da Medida Provisória da Reestruturação, que promove alterações na composição dos ministérios. Lira também fez um alerta sobre um possível "cochilo" do Palácio do Planalto.
Em uma tentativa de minimizar os efeitos das mudanças que a Câmara deseja fazer na estrutura dos ministérios do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), procuraram pessoalmente Lira nesta segunda-feira, buscando sua ajuda.
Segundo relatos do encontro, Lira deixou claro que a articulação política é responsabilidade do próprio governo e que ele irá limitar sua atuação pessoal a temas que considera importantes para o país, como a votação da reforma tributária e do marco fiscal.
Na semana passada, a reforma do marco fiscal foi aprovada pelos deputados após uma articulação em que Lira fez questão de ressaltar que não foi uma conquista exclusiva da base aliada do governo.
Em conversas com interlocutores, o presidente da Câmara tem demonstrado desconforto com a "narrativa" de que estaria atrapalhando o governo.
Durante a conversa com os representantes do governo, o parlamentar enfatizou que não pode ser responsabilizado pela derrota do Palácio do Planalto no esvaziamento dos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, que poderão perder atribuições importantes após a conclusão da votação da Medida Provisória da Reestruturação.
Há sete medidas provisórias do governo na pauta da Câmara, que começam a vencer nesta semana.
"Arthur Lira transfere a articulação política do governo para o próprio governo. Ele irá articular tudo o que for importante para o país. Mas a responsabilidade de garantir mudanças na MP da Reestruturação e em todas as outras MPs é do próprio governo", afirmou um aliado do presidente da Câmara à CNN.
