Preta Gil e Wanda Chase são homenageadas na 24ª edição da Lavagem de Madeleine!

A 24ª edição da Lavagem de Madeleine, maior festival da cultura afro-brasileira na Europa, celebrou, no último domingo (14), a força e a diversidade feminina com homenagens a duas mulheres importantes para a cultura brasileira: a cantora Preta Gil, primeira madrinha do evento, e a jornalista Wanda Chase. Durante a cerimônia, o público nas ruas de Paris prestou sua reverência, reconhecendo suas trajetórias e contribuições à música e à valorização das tradições afro-brasileiras. A homenagem destacou também a parceria duradoura das artistas com o festival, cujo legado segue inspirando novas gerações.         Durante o tributo, Paris cantou Preta e aplaudiu Wanda em uma celebração coletiva. Após o rufar dos tambores, Robertinho Chaves, idealizador do evento, pediu um minuto de silêncio em memória das duas. Em seguida, a cantora lírica carioca Luanda Siqueira interpretou a "Ave Maria" de Schubert com sua voz de soprano. Ao final da homenagem, a bandeira erguida com a imagem das artistas eternizou o gesto, registrando na memória do festival a presença e a contribuição de cada uma e levando à festividade a força e a alegria que elas representam para a cultura.

Segundo Robertinho Chaves, multiartista radicado na França, o tributo foi um momento de emoção e de celebrar a vida, a força e a luta pela igualdade de ambas: 

“Paris se emocionou ao lembrar e dedicar a homenagem a Preta Gil e Wanda Chase. Preta, com sua alegria, talento, representatividade e ativismo pela igualdade e pelo respeito, foi a primeira madrinha da Lavagem de Madeleine e deixou marcas eternas em nossa história. Wanda, com sua coragem, dedicação à comunicação e luta pela igualdade racial, nos inspira a seguir adiante. Celebramos suas vidas, suas conquistas e o amor imenso que dedicaram à cultura afro-brasileira. Elas não se foram, vivem em cada tambor, em cada canto e em cada coração que pulsa nossa tradição”, afirmou. 

Preta marcou a história da Lavagem de Madeleine ao se tornar a primeira e a eterna madrinha, fortalecendo os laços da diáspora brasileira em Paris com as raízes afro-brasileiras. Cantora, apresentadora e ativista, foi símbolo de representatividade, diversidade e liberdade de expressão, e, em 2025, faleceu em decorrência de complicações de um câncer no intestino.                                                   Já Wanda, nascida no Amazonas e radicada na Bahia, jornalista responsável por cobrir a Lavagem inúmeras vezes, foi pioneira na defesa da igualdade racial e da representatividade na mídia. Militante do movimento negro, faleceu em abril deste ano durante uma cirurgia de aneurisma da aorta, deixando como legado inspiração para a comunicação, a cultura e a luta por justiça social no Brasil e no mundo.

O cortejo, que saiu da Place de la République às 10h, reuniu o som contagiante do Olodum, a performance de Jau cantando axé e a Bahia, e a guitarra marcante de Armandinho Macedo no trio elétrico sob o comando de Robertinho Chaves. Além disso, o ritmo das batucadas do grupo Batala se somou à energia de mais de 700 artistas espalhados que participaram da festa pelas ruas da capital francesa .

Durante 4 km de cortejo, baianas vestidas de branco, capoeiristas, maracatus e batucadas conduziram o público em uma mistura de fé, tradição e resistência, até a simbólica lavagem das escadarias da Igreja de Madeleine. A cerimônia, realizada pelo Babalorixá Pai Pote, do terreiro Ilê Axé Ojú Onirê de Santo Amaro da Purificação, abrirá caminhos e celebrará a união entre culturas, religiosidade e tradição popular. O evento integra a programação oficial da Prefeitura de Paris e do Ano do Brasil na França, reforçando seu papel como ponte cultural entre os dois países.