Primeira geração de vacinas contra Covid-19 pode perder eficácia em até um ano, dizem cientistas
Motivo seria a lenta vacinação que abre espaço para novas variantes do vírus
Foto: Divulgação/ Picture Alliance
Uma pesquisa realizada entre cientistas especialistas em doenças infecciosas de 28 países aponta que em até um ano, a primeira geração de vacinas contra a Covid-19 já não será mais eficientes, o que pode demandar o desenvolvimento de novos imunizantes.
Os profissionais pontuam que o mundo precisa de um esforço na aceleração da aplicação das vacinas, pois o ritmo lento já visto na maioria dos países pode abrir brechas para que novas variantes do coronavírus, mais transmissíveis e mortais continuem surgindo e se infiltrando. Logo, seria necessário a criação de mais vacinas.
A previsão vem de dois terços dos entrevistados, de acordo com a People’s Vaccine Alliance, uma coalizão de organizações que inclui a Anistia Internacional, Oxfam e UNAIDS, que realizou a pesquisa. Quase um terço dos entrevistados indicou que o prazo era provavelmente de nove meses ou menos.
“Novas mutações surgem todos os dias. Às vezes, elas encontram um nicho que as torna mais adequadas do que suas antecessoras. Essas variantes poderiam transmitir de forma mais eficiente e potencialmente evadir as respostas imunológicas às cepas anteriores”, explicou Gregg Gonsalves, professor de epidemiologia da Universidade de Yale.
“A menos que vacinemos o mundo, deixamos o campo de jogo aberto a mais e mais mutações, que podem produzir variantes que podem escapar de nossas vacinas atuais e exigir doses de reforço para lidar com elas”, completou.