Primeiro caso humano de bicheira-do-novo-mundo é registrado nos EUA
Paciente contraiu parasita após viagem a El Salvador, segundo autoridades de saúde

Foto: Ramdan Fatoni/GettyImages
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (HHS) confirmou, no domingo (24), o primeiro caso humano de bicheira-do-novo-mundo no país. A infecção, causada pelo parasita Cochliomyia hominivorax, foi identificada em um paciente que retornou de viagem a El Salvador. O diagnóstico foi validado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e pelo Departamento de Saúde de Maryland.
A doença, conhecida como miíase, ocorre quando larvas da chamada mosca-da-bicheira se alimentam de tecidos vivos do hospedeiro, provocando feridas que podem levar a complicações graves e até ser fatais. Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), as fêmeas depositam centenas de ovos em ferimentos, que eclodem em poucas horas e iniciam rapidamente a infestação.
Embora erradicada dos EUA desde 1982, a bicheira-do-Novo-Mundo continua presente em países da América Central, Caribe e América do Sul. Apenas em 2023, foram registrados mais de 6.500 casos no Panamá, com registros também em Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Guatemala, Belize, El Salvador, México, Cuba, Haiti e República Dominicana.
De acordo com o CDC, os principais sintomas incluem feridas que não cicatrizam, sangramento, mau odor e a sensação de movimento das larvas sob a pele. A confirmação depende da análise clínica associada ao histórico de viagem a regiões endêmicas.
O tratamento consiste na remoção das larvas, que pode exigir procedimento cirúrgico. O CDC alerta que a retirada por conta própria não é recomendada. Para prevenção, especialistas orientam o uso de repelentes, a proteção de ferimentos e a instalação de telas mosquiteiras em áreas de risco.