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Primeiro-ministro canadense diz ter evidências de que avião ucraniano foi derrubado por míssil do Irã

Donald Trump disse que acidente pode ter sido um erro do Irã

Por Da Redação
Ás

Primeiro-ministro canadense diz ter evidências de que avião ucraniano foi derrubado por míssil do Irã

Foto: AKBAR TAVAKOLI / AFP

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou ter recebido informações de "múltiplas fontes de inteligência" de que o Boeing 737-800 foi derrubado de fato pelo Irã, provavelmente de "forma não-intencional". 

Mais cedo, o presidente norte-americano Donald Trump, também disse que a queda do avião ucraniano pode ter sido fruto de um erro do Irã, mas sem oferecer evidências (veja aqui),

Em discurso feito em Ottawa, Justin defendeu ainda uma ampla investigação internacional, mas ressaltou que está em contato permanente com a chancelaria iraniana. O avião da Ukraine International Airlines caiu perto do aeroporto internacional de Teerã-Imam Khomeini com 176 pessoas a bordo na madrugada de quarta-feira. Ninguém sobreviveu.

De acordo com o premier, as evidencias indicam que as caixas-pretas vão permanecer no Irã. A princípio, o país havia se negado a fornecer os equipamentos para a Boeing, mas já sinalizou que pode pedir ajuda ao exterior. Trudeau diz acreditar que investigadores de outros países terão acesso aos dados, e deixou claro que seu governo "não vai descansar" até que obtenha respostas. Ao todo, havia 63 cidadãos canadenses a bordo.

Apesar das declarações, Trudeau considerou "cedo" para apontar culpados ou chegar a conclusões.

Mísseis russos

Mais cedo, o governo da Ucrânia dissera que investiga quatro cenários para a queda do avião ucraniano, incluindo um atentado terrorista e que a aeronave tenha sido atingida acidentalmente por um míssil de defesa antiaérea. Kiev disse que quer fazer buscas no local da queda para verificar se há destroços de um míssil russo usado pelos militares do Irã. As outras hipóteses são uma explosão do motor ou uma colisão.

Uma equipe de especialistas ucranianos chegou a Teerã antes do amanhecer para participar da investigação.

Nesta quinta-feira, 9, a Organização da Aviação Civil (OAC) iraniana disse que o avião fez meia-volta para retornar ao aeroporto devido a um problema.Pelas normas internacionais sobre acidentes aéreos, o Irã tem o direito de comandar o inquérito e de negar ou autorizar a participação de outros países.

Informações nas redes sociais 

De acordo com o secretário do Conselho de Segurança da Ucrânia, Oleksiy Danylov, os investigadores pediram para procurar possíveis mísseis russos após verem informações na internet. Ele referia-se a informações que circulam nas redes sociais iranianas que, supostamente, mostram destroços de um foguete russo terra-ar Tor-M1, tipo usado pelos militares iranianos.

O presidente ucraniano, no entanto, alertou contra todas as "especulações" sobre a tragédia. Nesta quinta-feira, Zelenski decretou um dia de luto nacional e prometeu estabelecer "a verdade" sobre o episódio. Zelenski, disse que falou com o colega do Irã, Hassan Rouhani, e que este lhe garantiu que especialistas do seu país terão "acesso completo" à investigação.

A avaliação inicial de agências de inteligência ocidental era a de que o avião teve um problema técnico e não foi alvo de um atentado ou um míssil.
O voo PS752 da UIA decolou às 6h10 (23h40 de terça-feira no horário de Brasília) do aeroporto Imam Khomeiny, de Teerã, com destino ao aeroporto Boryspil, de Kiev. A decolagem aconteceu quase cinco horas depois do ataque iraniano com mísseis a bases iraquianas que abrigam soldados americanos, que ocorreu à 1h20 de quarta-feira, no horário local.

Segundo a diplomacia ucraniana, havia 82 iranianos, 63 canadenses, dez suecos, quatro afegãos e três britânicos a bordo do Boeing. Outros 11 eram ucranianos, incluindo nove tripulantes.
A CAO indicou que 146 passageiros tinham passaporte iraniano; 10, passaporte afegão; cinco, passaporte canadense; quatro, sueco; e 11, ucraniano.

A diferença é explicada pela presença de inúmeras pessoas com dupla nacionalidade (entre elas, a priori, 140 iraniano-canadenses), que podem entrar e sair da República Islâmica apenas mediante a apresentação de seu passaporte iraniano.

Este é o primeiro acidente fatal da Ukraine International, uma empresa que pertence, em parte, ao oligarca Igor Kolomoiski, conhecido como próximo ao presidente Zelenski. Afetada por um escândalo em torno de seu 737 MAX, a Boeing disse que está "disposta a ajudar por todos os meios necessários".

Confira o vídeo 

 

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