Primeiro-ministro de Israel vê tragédia em festival como uma das 'mais graves'
Benjamin Netanyahu decretou um dia de luto oficial no próximo domingo (2)
Foto: RONEN ZVULUN/EFE
O Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a tragédia que matou pelo menos 44 pessoas no norte do país, na madrugada desta sexta-feira (29), durante uma peregrinação judaica, é "uma das catástrofes mais graves" da história. “A catástrofe do Monte Merón é uma das mais graves que atingiu o Estado de Israel”, disse em mensagem no Twitter o chefe do governo, que foi nesta sexta-feira até o local onde ocorreu o incidente e decretou um dia de luto nacional no próximo domingo (2).
Pelo menos 44 pessoas morreram e mais de 150 ficaram feridas após serem esmagadas durante uma confusão em um festival religioso ultraortodoxo, com mais de 100 mil participantes, perto do Monte Meron, na Galileia, no norte de Israel. O acidente aconteceu pouco depois da meia-noite de sexta-feira no horário local (18h no horário de Brasília). As informações da imprensa local revelam que aconteceu um corre-corre em massa durante o festival do Lag B’Omer, mas um vídeo que mostra os socorristas retirando feridos indica que o acidente pode ter acontecido após o desabamento de uma das arquibancadas.
Também nesta sexta (30), o premiê foi até o Hospital Shaare Zedek para fazer uma doação de sangue às vítimas do acidente. "Obrigado aos muitos cidadãos de Israel que doaram sangue hoje. Nos momentos de teste, nosso povo se une", agradeceu. Netanyahu também disse que falou por telefone com os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia, respectivamente Joe Biden e Vladimir Putin, que expressaram condolências e pêsames pela tragédia.
Festival
A peregrinação, que celebra o feriado judaico de Lag Ba'Omer, ocorre no Monte Meron, em torno do túmulo do rabino Shimon Bar Yojai, um talmudista do século dois que é creditado por escrever o Zohar, obra central do misticismo judaico. Antes da tragédia, a multidão percorreu corredores e salões, dançando e cantando, rezando e acendendo velas e fogueiras. Homens e mulheres estavam separados. Havia crianças no local, que também estão entre os mortos. Em Jerusalém, dois irmãos, um de 9 e outro de 14 anos, estão sendo enterrados, segundo a mídia israelense.
Pessoas que passaram a noite no local questionaram como a situação saiu de controle tão rapidamente, mas há anos existem preocupações a respeito dos riscos de segurança do evento anual. As autoridades haviam permitido a presença de 10 mil pessoas no complexo, mas, segundo os organizadores, mais de 650 ônibus foram fretados rumo ao local, estimando-se pelo menos 30 mil pessoas. A imprensa local estimou um fluxo de 100 mil pessoas.