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'Privatizar Eletrobras é absurdo energético', dizem governadores do Nordeste

MP que autoriza a privatização da Eletrobras será votada nesta quarta (19)

Por Da Redação
Ás

'Privatizar Eletrobras é absurdo energético', dizem governadores do Nordeste

Foto: Agência Brasil

Os governadores do Consórcio do Nordeste divulgaram nesta quarta-feira (19) um documento colocando-se de forma contrária à possível privatização da Eletrobras. Segundo eles, a aprovação da Medida Provisória (MP) sobre o assunto seria um "absurdo energético".

"Este processo de desestatização, além de impactar a tarifa de energia para os consumidores, abrirá caminho para a precarização na prestação do serviço, configurando-se um absurdo energético, hidráulico e institucional", diz um trecho do documento. Na última terça-feira (18), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que a MP 1.031/2021, que autoriza a privatização da Eletrobras, será votada em plenário hoje.

Veja a manifestação do Consórcio do Nordeste na íntegra:

O governo federal continua seus movimentos em busca da privatização da Eletrobrás. Se isso acontecer, mais uma vez o desenvolvimento do país e o bolso do consumidor serão diretamente afetados. Há várias questões envolvidas neste projeto que precisam ser evitadas.

Anunciada em fevereiro deste ano e, embora a Medida Provisória não tenha sido enviada ao Congresso, sabe-se que a intenção do governo federal é vender geradoras, transmissoras e distribuidoras de energia abrindo espaço para a especulação no preço da energia elétrica em nome de uma margem maior de lucros. Vale lembrar que a Eletrobras, responsável por 30% energia produzida no país e 50% da transmissão tem baixo endividamento e forte fluxo de caixa, devendo estar pronta para investir em obras estruturantes e aumentar a capacidade brasileira de geração e transmissão de energia de qualidade, gerando empregos para recuperar a nossa economia desta crise sem precedentes.

Entre as principais hidrelétricas que podem entrar na lista para concessão ao setor privado estão o Complexo de Paulo Afonso (na Bahia) e Xingó (entre Alagoas e Sergipe), ambas operadas pela Chesf, com atuação muito relevante em todo o Nordeste do Brasil.

Este processo de desestatização, além de impactar a tarifa de energia para os consumidores, abrirá caminho para a precarização na prestação do serviço, configurando-se um absurdo energético, hidráulico e institucional.

Cabe observar ainda que, se concretizada, tal medida promoverá, na prática, efetiva entrega da gestão dos principais rios e reservatórios ao controle privado. Isso gerará insegurança energética, com real ameaça de déficit no fornecimento de energia, e perda de potência dos projetos de desenvolvimento regional, principalmente do Norte de Nordeste do país, sabidamente regiões com menores índices de desenvolvimento
humano e alto potencial de geração de energia.

Diante de todos esses impactos e retrocessos, os governadores dos nove Estados do Nordeste entendem que o Congresso Nacional e a sociedade brasileira não podem permitir a privatização das estatais do setor elétrico, somando-se, assim, aos esforços de tantos brasileiros e brasileiras pela manutenção do controle público sobre a empresa e a busca incansável pela retomada do desenvolvimento sustentável do país justiça social.

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