Processo contra governador que comprou respiradores "superfaturados e inúteis" segue em aberto
O governador do Amazonas, Wilson Lima, foi enunciado pelo Ministério Público Federal em 2020

Foto: Arquivo/Scom
Quase cinco anos e meio depois, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda não julgou o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), acusado de adquirir respiradores superfaturados e que não atendiam "aos pacientes graves acometidos pela Covid-19".
A ação penal contra o governador foi aberta em abril de 2020. Em setembro de 2021, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu, com unanimidade, a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), tornando Wilson Lima réu.
Na ação, o relator, ministro Francisco Falcão, salientou "indícios efetivos de que o governador acompanhou o processo de compra emergencial e interferiu, atuando com liderança sobre a organização criminosa que se formou para vender ao governo os equipamentos com sobrepreço".
Falcão também apontou que, nas ações para a compra dos aparelhos, uma empresa de vinhos que, aparentemente, não tinha competência técnica apareceu como vendedora.
"As informações disponibilizadas pelas empresas envolvidas indicavam, mesmo antes da aquisição pelo governo amazonense, que os equipamentos não tinham capacidade de atender pacientes graves acometidos pela Covid-19", ressaltou o ministro.
Segundo a CPI da Pandemia, os equipamentos foram comprados por R$ 110 mil a unidade, quando o preço de mercado estava em apenas R$ 17 mil. "O prejuízo estimado, portanto, seria da ordem de mais de R$ 2 milhões. Ainda segundo a acusação, o governador teria atuado diretamente nessa contratação, entregando a compra dos respiradores aos cuidados de um empresário, com a participação de uma loja de vinhos, sem qualquer capacidade técnica para atuar na área de equipamentos médicos", registrou.
A defesa de Wilson Lima nega todas as acusações.
No entanto, até hoje, o processo segue em aberto no gabinete de Falcão. Desde então, Wilson Lima já foi reeleito como governador. Ele também estuda se candidatar ao Senado em 2026.
Na quarta-feira (1º), o presidente do STJ, ministro Herman Benjamin, solicitou à Corte Especial que não seja incluído mais nenhum tema na pauta até que ela seja esgotada. Com isso, o caso do governador não será analisado este ano.
*Com informações do Metrópoles