Procurador-geral da Venezuela convoca opositor Edmundo González Urrutia para depor

O procurador-geral da Venezuela, Jarek William Saab, anunciou que o candidato da oposição Edmundo González Urrutia será convocado para depor em uma investigação criminal em curso. A medida foi tomada após Urrutia denunciar fraude nas eleições presidenciais realizadas em 28 de julho. 

De acordo com a Saab, o opositor será chamado a prestar declarações sobre a criação de uma página na internet que, de acordo com o governo, teria usurpado funções exclusivas do Poder Eleitoral.

A página em questão foi utilizada pela oposição para publicar cópias das atas eleitorais que, conforme alegam, 
demonstram derrota do presidente Nicolás Maduro, que foi declarado reeleito para um terceiro mandato de seis anos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) com 52% dos votos. Já a oposição afirma que González Urrutia venceu as eleições com 67% dos votos, baseado nas cópias das atas que divulgou. 

Tarek William Saab também atribuiu a Urrutia e a líder da oposição María Corina Machado e responsabilidade por atos de violência ocorridos durante os protestos que resultaram em 27 mortes, quase 200 feridos e mais de 2.400 detenções. Em 5 de agosto, o Ministério Público iniciou uma investigação contra ambos com a acusação de “instigação à insurreição” e outros crimes, após eles solicitarem que as Forças Armadas cessassem a "repressão" e se voltassem contra Maduro em uma carta aberta.

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) validou os resultados eleitorais favoráveis a Maduro e acusou González Urrutia de “desacato” por não comparecer às audiências do processo de perícia do material eleitoral. O tribunal enviou sua decisão ao procurador-geral para a aplicação de sanções.

González Urrutia não foi visto em público desde 30 de julho, quando participou de uma manifestação da oposição, mas continua a se manifestar por meio de publicações nas redes sociais.