Professor de filosofia da UFBA é demitido por assédio sexual

A Universidade Federal da Bahia (Ufba) demitiu um professor de filosofia após três denúncias de assédio sexual, conforme documento emitido pela instituição na quarta-feira (22). Os incidentes ocorreram em 2020, e as denunciantes, duas alunas e uma funcionária da universidade, alegam que, após relações cordiais iniciais, o professor passou a enviar mensagens de teor sexual.

As vítimas prestaram depoimento à direção da faculdade, revelando conteúdos explícitos nas mensagens recebidas. Uma das alunas relatou que o professor expressou o desejo de engravidá-la. A primeira denúncia partiu da funcionária da instituição em 2021, seguida pelas queixas das alunas.

A vítima 1 descreveu mensagens como "quero te beijar", "você é linda" e "quero ficar contigo", seguidas de novas investidas em dezembro, com propostas de gravidez e oferta de R$ 5 mil para um relacionamento.

A vítima 2, também aluna, mencionou um convite para o apartamento do professor, onde teria sido acariciada e dopada, resultando em danos emocionais e a impossibilidade de permanecer no projeto em que atuavam.

A vítima 3, funcionária da universidade, relatou que foi surpreendida por mensagens de teor sexual em outubro de 2020, incluindo comentários sobre ela e sua filha menor de idade. O assédio causou desconforto, prejuízo emocional e impacto em sua atuação profissional.

A decisão da Ufba destaca que o professor apresentou laudos com diagnóstico de transtorno bipolar, o qual, segundo a comissão da universidade, "não compromete o seu cognitivo, mas interfere na manifestação comportamental". A autoria das mensagens foi assumida, mas o docente negou as acusações de acariciar e dopar a aluna que visitou sua casa. O caso foi considerado como situação análoga à semi-imputabilidade, conforme o Código Penal brasileiro.