Projeções para inflação de 2020 sobe com alta da comida
Tarifas de importação, por enquanto, serão mantidas, segundo Ministério da Agricultura
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Com a forte demanda da China por alimentos, a consolidação do câmbio no patamar de R$ 5,30 pressiona os preços dos alimentos para os brasileiros. Isso fez com que os economistas revisassem para cima as projeções de inflação deste ano e provocou uma disputa entre supermercados e fornecedores para tentar que os repasses fossem freados.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getúlio Vargas, André Braz, a expectativa dele era de que a inflação ao consumidor ficasse até abaixo de 2%. "Agora estou revendo para 2,3%, estou chegando no piso da meta”, disse.
Já o economista Fabio Silveira, sócio da MacroSetor, que antes projetava a inflação em 2,7%, está revendo para 3,3% por causa do preço da comida que teve um aumento.
Braz observa que os preços dos alimentos no atacado subiram 15,02% em 12 meses até agosto. Os alimentos no varejo no mesmo período aumentaram 8,5%, um pouco mais da metade. “Alimento foi o grupo que mais subiu no varejo.”
A alta também está sendo sentida pelos supermercados que nesta semana enviaram comunicado para Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), denunciando os reajustes de preços de arroz, feijão, leite, carne e óleo de soja.
“A partir do final de agosto, começamos a perceber uma elevação muito grande nas tabelas, na faixa de 20% para óleo de soja e arroz”, diz o presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Ronaldo dos Santos.
O presidente da Apas também afirmou que procurou o Ministério da Agricultura para tentar retirar as tarifas de importação, mas a decisão do ministério foi não mexer, por enquanto na alíquota.