Promotor de Camaçari tem quebra de sigilo bancário e fiscal decretado pela Justiça

O Tribunal de Justiça da Bahia decretou a quebra de sigilo bancário de fiscal do promotor Everardo José Yunes Pinheiro, titular da 7ª Promotoria de Camaçari, e da esposa, Fernanda Manhete Marques. Yunes e Fernanda são acusados ela empresária Adriana Almeida da Anunciação da Cunha de terem pedido dinheiro para que inquérito contra ela fosse encerrado. 

A quebra de sigilo foi determinada em decisão do desembargador Jatahy Junior, após pedido feito pelo Ministério Público estadual (MP-BA). O processo corre em segredo de Justiça. 

"Verificam-se, pois, os indícios de materialidade delitiva, a necessidade de apuração da origem, destinação e motivação do depósito efetuado na conta do Promotor de Justiça investigado, a título de eventuais honorários advocatícios destinados à sua esposa (Advogada também investigada), bem como a pertinência entre a licitude de tal pagamento e a justificativa apresentada pelo membro do Parquet (no que se refere a eventual bloqueio judicial na conta-corrente de F. M. M.), panorama que explicita a indispensabilidade da quebra de sigilo requerida", disse o magistrado, na decisão.

Entenda o caso

Adriana Almeida e o marido administram uma mobiliária e em 2015, a mulher teria contratado a esposa do promotor para que advogasse no caso de suseitos por grilagem de terra. 

Mas, Adriana alega que Fernanda teria cobrado R$ 30 mil e assegurou que os procedimentos, que tramitavam no Ministério Público de Camaçari, fossem arquivados porque "seu marido era promotor criminal". 

Ainda de acordo com a denúncia encaminhada ao corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público, a esposa de Yunes teria “exigido” mais dinheiro e, caso não recebesse, o arquivamento não aconteceria.