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Promotora aponta risco de prescrição de ação no caso Sidônio Palmeira

Denúncia de improbidade administrativa está parada há quatro anos

Por Da Redação
Ás

Promotora aponta risco de prescrição de ação no caso Sidônio Palmeira

Foto: Marcus Claussen/Jornal Grande Bahia

Um mês após pedir prosseguimento da ação contra Sidônio Palmeira, novo marqueteiro do pré-candidato a Presidência da República, Luís Inácio Lula da Silva (PT), a promotora Nívia Carvalho afirmou que não enxerga vontade do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) em dar continuidade ao caso. As informações são da Veja. 

O marqueteiro, que também já trabalhou em campanhas do governador da Bahia, Rui Costa (PT), é suspeito de participar de uma operação ilegal que teria desviado ao menos R$ 7,5 milhões de reais dos cofres públicos. A denúncia apresentada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) está aguardando andamento há quatro anos.

A ação, impetrada pelo MP em abril de 2018 no Tribunal de Justiça, ainda não possui uma decisão do juiz. No processo, o órgão pede que seja feita a devolução de R$ 5 milhões do valor supostamente desviado.

Somente em março de 2019, o juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública, Manoel Ricardo Calheiros D’Avila, pediu que o MP se manifestasse a respeito de petições apresentadas pelos acusados. Já em maio do mesmo ano, o órgão informou ao juiz que os suspeitos teriam admitido uma entrega “deficitária” de documentos comprobatórios dos serviços.

Em abril deste ano, a promotora Nívia Carvalho foi à Justiça pedir prosseguimento da ação contra Sidônio, “face aos prejuízos causados devido ao lapso temporal existente sem quaisquer andamentos”. Segundo ela, a demora do Tribunal de Justiça da Bahia de dar continuidade ao caso não está atrelada à pandemia da Covid-19.

“Não foi pandemia não, as ações de improbidade são todas assim, há outras ações, há pedidos de andamento do Ministério Público de quatro, cinco (anos) e nada, são todas assim. Não dão andamento, parece que não tem interesse de julgar ou tem medo, é tudo assim”, afirmou Nívea em entrevista à Veja. 

Além disso, a promotora afirmou que acredita que a Bahia esteja em uma das piores posição no ranking de julgamentos no país. “Se você pegar esse número você vai ver que é ínfimo”, afirmou a promotora, apontando um risco de prescrição de ações que ficam paradas na Justiça. 

“É por isso que a gente fica peticionando, pedindo andamento, falando com o juiz, para não chegar a esse ponto”, afirmou. 

Caso Sidônio Palmeira

Dono da Leiaute Propaganda, a suspeita de corrupção por parte de Sidônio Palmeira surgiu após um consórcio liderado pela empresa vencer, em 2006, uma licitação para prestar serviços de propaganda à Câmara dos Vereadores de Salvador.

Uma auditoria realiza pelo Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia abriu suspeitas sobre uma série de fraudes no negócio. A maior suspeita é de que a empresa teria recebido o dinheiro da licitação e não prestou o serviço combinado. 

Em razão disso, promotores acusaram o marqueteiro de “enriquecimento ilícito” e solicitaram que fosse feito um bloqueio das contas bancárias e ativos dele e da Leiaute. 

Na defesa do processo, o publicitário afirmou que teria acontecido uma “falha dos vereadores na prestação de contas”. A alegação, no entanto, não convenceu o MP, que pede que Sidônio devolva parte do dinheiro que teria sido desviado.

“Afinal, foram milhões de reais envolvidos no Contrato e seus Termos Aditivos, comprovadamente irregulares e, ainda, pretendem os acionados serem tratados como vítimas de uma suposta imprevidência de gestores, frontalmente vilipendiados pela Auditoria do TCM e pelo Ministério Público”, afirmou a promotora Heliete Viana.

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