Empresário que matou motorista por app ao dirigir Porshe em alta velocidade combinou depoimento com namorada, diz MP
Fernando Sastre Filho desrespeitou a ordem de ficar longe das testemunhas do caso.
Foto: Reprodução
A promotoria de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) afirmou que o empresário Fernando Sastre Filho, investigado por matar um motorista de transporte por aplicativo ao dirigir um Porsche embriagado e em alta velocidade, combinou o depoimento à polícia com a namorada, Giovanna Pinheiro Silva. Com isso, o homem desrespeitou a ordem de ficar longe das testemunhas do caso.
A alegação, feita pela promotora Monique Ratton, consta na denúncia contra o empresário que é acusado dos crimes de homicídio qualificado, com dolo eventual, e lesão corporal. A acusação foi oferecida pelo MP-SP na segunda-feira (29).
De acordo com a promotora, o depoimento dado por Giovanna, única testemunha a negar que o empresário tenha bebido antes de bater o veículo, confirmaria que ele violou as medidas impostas pela Justiça. Ratton concordou com um novo pedido de prisão preventiva de Fernando.
Depoimento
A jovem prestou depoimento no dia 9 de abril. Na ocasião, a namorada do acusado afirmou que Fernando estava sóbrio e negou que tivesse discutido com ele após tentar impedi-lo de dirigir embriagado. Ela também confirmou a versão apresentada pela mãe de Fernando sobre como eles foram liberados do local do acidente pelos policiais que atenderam a ocorrência.
“Pelas imagens das câmeras corporais dos policiais, ela nem sequer presenciou tais fatos”, escreveu a promotora. Para ela, as informações prestadas por Giovana “restaram efetivamente contaminadas”, e a versão da namorada sobre os fatos seria “totalmente forçosa e tendenciosa”, “indicando-se que houve contato entre elas e/ou ao menos com os advogados”.
“Com isso, houve efetivo desrespeito à ordem judicial (…) de não aproximação e contato com a testemunha”, registrou a promotora, “devendo-se decretar a prisão preventiva do denunciado também por descumprimento da cautelar imposta”, concluiu.
Crime
O acidente que terminou com a morte do motorista de transporte por app aconteceu no dia 31 de março. Na ocasião, Fernando dirigia um Porsche, avaliado em R$ 1,2 milhão, quando bateu em alta velocidade na traseira de um Sandero, matando o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, na Avenida Salim Farah Maluf, zona leste de São Paulo.
Segundo informações presentes em um laudo pericial, Fernando trafegava a 156km/h na avenida, onde o limite de velocidade é de 50km/h, colidindo na traseira do carro da vítima, que estava a 40km/h.