Proteína pode ajudar no desenvolvimento de vacina contra febre maculosa
Estudo da USP tem como base carrapato-estrela
Foto: Divulgação/ICB-USP
Um estudo realizado na Universidade de São Paulo (USP) está investigando um potencial alvo para o desenvolvimento de uma vacina contra a febre maculosa. De acordo com as informações divulgadas na revista Parasites & Vectors, os pesquisadores estão analisando uma proteína encontrada no carrapato-estrela, que é o transmissor da doença. A informação é da CNN.
No Brasil, a doença é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida principalmente pelo carrapato-estrela, que é comum na região do Cerrado e em áreas degradadas da Mata Atlântica. De acordo com dados do Ministério da Saúde, nos últimos três anos, foram registrados, em média, 160 casos por ano, com letalidade de cerca de 28%. A doença tem como principais sintomas febre alta e súbita, dor de cabeça, abdominal e muscular.
Em São Paulo, um casal faleceu por causa da doença e uma morte é investigada por suspeita neste mês.
Hospedeiro
Estudos anteriores do mesmo grupo da USP, sediado no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), já haviam mostrado que, ao infectar o carrapato-estrela, a Rickettsia rickettsii é capaz de inibir no hospedeiro um processo chamado apoptose, favorecendo seu crescimento. Essa “sobrevida” dá à bactéria tempo para se proliferar e infectar novas células.
No trabalho mais recente, a ideia foi silenciar a expressão gênica da principal proteína inibidora da apoptose, a IAP (do inglês, inhibitor of apoptosis protein), com o objetivo de reduzir o crescimento da bactéria e tornar o carrapato-estrela mais resistente à infecção.