Psicóloga dá dicas de como manter uma boa convivência entre casais durante a pandemia

Com o isolamento social, gerado pela pandemia do novo coronavírus, aumentou a convivência entre os casais. Como lidar bem com o seu parceiro ou parceira dividindo o mesmo teto durante a crise da Covid-19 após quase três meses de distanciamento social? Para a psicóloga Gilmara Lima é preciso trabalhar as questões de afeto nos mínimos detalhes.

“São três elementos: as duas pessoas e a relação. É importante começar a demonstrar para o outro que você está ali e se esforçando para que as coisas possam fluir bem, sobretudo, em uma situação desafiante como essa que estamos vivendo”, pontua.

A especialista dá algumas dicas práticas que podem ajudar casais no dia a dia nesse período extenso de distanciamento que não tem uma data definida para o fim:

Diálogo: tomar cuidado especialmente na forma de se dirigir ao outro. Muito tempo de isolamento pode desencadear uma comunicação agressiva. Então é preciso ficar atento, porque se a convivência é leve, gera saúde para o lar e para a relação.

Estabelecer os acordos: organizar a rotina entre o casal, especialmente se tiver filhos. Como a distribuição das tarefas, a responsabilidade de cada um nesse dia a dia para que ninguém fique sobrecarregado com a casa e as crianças/jovens. Saúde e tranquilidade emocional geram harmonia na relação.

Respeitar a individualidade: a Terapia do Esquema, uma abordagem da psicologia, mostra que no momento que o indivíduo faz contato com seu mundo interno, com seus pensamentos, ele reorganiza sua energia para voltar para o funcionamento do casal e da relação de maneira inteira. Se isso não acontece, gera um sufocamento, um desconforto que pode gerar conflitos.

Atividades em casa: desenvolver tarefas juntos, como cozinhar um determinado prato. Fazer desse cozinhar algo que seja prazeroso, regado com vinho, conversa e música é uma ótima alternativa.

Focar no presente: buscar não falar muito sobre o passado. Trazer esses monstros para resolver na quarentena não ajuda, pode ser sabotador e perigoso para a relação a dois.

Cuidados com a aparência: buscar estar bem aparentemente está diretamente relacionado à autoestima. Se sentir bem consigo, contribui para o sentir-se bem com o outro.

Resolução de pequenos conflitos: não retirar o prato da mesa, deixar a toalha em cima da cama, por exemplo. Com o passar dos dias de isolamento social e as emoções à flor da pele, é possível que haja transferência de responsabilidades para o outro e conflitos que eram pequenos tornam-se grandes.

 *Gilmara Lima é psicóloga clínica, especialista em TCC- Terapia cognitivo comportamental e Terapia do Esquema. É responsável pela Clínica de Psicologia e Psiquiatria Amor Psi.