Psicóloga sugere estratégias para conter medo de “isolamento social”
Formada pela PUC-SP, Samanta Cavalcanti fala sobre percepção, sensações e recursos contra confinamento

O isolamento social possui consequências que vão além da prevenção contra o coronavírus (COVID-19). Diante da crise mundial provocada pela doença, a Universidade Médica Naval de Shangai constatou que cerca de 20% da população chinesa está apresentando sinais de estresse pós-traumático. A beira do 60º dia de isolamento social, os chineses vivenciam a experiência de solitude, que pode acarretar em cicatrizes que duram de meses há anos.
Esse cenário é semelhante ao surto de Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS), um coronavírus antigo que também assolou a China no início dos anos 2000. Segundo estudos publicado pela The Lancet, após a quarentena de SARS os casos de depressão e estresse pós-traumático aumentaram aproximadamente 30% entre os chineses.
No Brasil, país com o maior número de ansiosos no mundo?—?cerca de 18 milhões de pessoas segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)?—?as consequências do isolamento podem ser graves. A suspensão de universidades e escolas, fechamento de escritórios, delimitação de áreas públicas e o confinamento em residências são algumas das mudanças que os brasileiros ainda estão se acostumando.
Evitando um cenário emergencial de transtornos psicológicos aflorados pela quarentena no Brasil, a psicóloga experimental formada pela PUC-SP, Samanta Cavalcanti, explica como conter a ansiedade e o medo do confinamento através de três estratégias.
RECONHECIMENTO
De acordo com Samanta, “A primeira estratégia para conter o medo é a percepção. Para isso, você precisará seguir alguns passos: identificar o medo diante do isolamento (é medo da doença? Da solidão?); fazer um check-in da realidade, como anotar as situações verídicas que estão acontecendo; e por último, reconhecer o que acontece no seu corpo quando você pensa sobre essa inquietação”, explica.
SENSAÇÕES
“Em qual lugar do corpo eu sinto esse medo?”.
Samanta abre a segunda estratégia identificando onde o medo se concentra no corpo. “Agora que você já sabe, movimente aos poucos os pontos chave de acúmulo energético, como articulações próximas ao lugar onde se concentra o medo. Isso auxilia na fluidez das emoções”, orienta.
USE SEUS RECURSOS
“Lance mão dos recursos que você possui. Diante de tantas vertentes do medo de isolamento social, averigue com quem você possa se conectar a nível profundo, e tenha uma conversa sem julgamentos ou preconceitos sobre essa fobia. Em seguida, procure recursos que reequilibrem seu sistema e que lhe tirem do estado orgânico de ‘luta ou fuga’, e anote-os, para não os perder de vista. Por último, perceba os sinais de saturamento físico e reveja os recursos que você tem para voltar a realidade espiritual, mental e orgânica”, explica Samanta, que em seguida conclui, “Preste sempre atenção no corpo”.
Para conhecer mais sobre controle emocional, entre em contato com Samanta pela página do Instagram @samanta.cavalcanti.