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PT e Odebrecht tem ligação com a queda da mulher mais rica da África

Ascensão e a derrocada de Isabel dos Santos está ligada aos escândalos de corrupção

Por Da Redação
Ás

PT e Odebrecht tem ligação com a queda da mulher mais rica da África

Foto: Mikhail Metzel/Getty Images

Com fortuna avaliada em 3,7 bilhões de dólares, a empresária Isabel dos Santos é a mulher mais bem-sucedida da Angola. A multimilionária construiu um império na área de energia e telecomunicações no país.

Aos 46 anos, Isabel é filha de José Eduardo dos Santos, presidente mais longevo de seu país, mandou em Angola de 1979 a 2017, quando renunciou ao posto, e sua história está intimamente ligada aos recém-descobertos escândalos de corrupção ligados a BNDES, Odebrecht e PT.

Segundo Isabel, nada de sua fortuna se relaciona ao fato de seu pai ter comandado o pais com mãos de ferro por décadas. Porém, seu primeiro grande negócio surgiu numa licitação pública. Ela conquistou a concessão de uma rede de telecomunicações, a Unitel. 

Devido à Guerra Civil vivida pelo país, concorrentes internacionais não apareceram para o pleito, realizado em 2001. Desde então, Isabel conquistava parcerias com as estatais do país, fato que, diz ela, era fruto apenas de seu trabalho. O reconhecimento veio: em 2015, a angolana foi reconhecida pela rede britânica BBC como uma das cem mulheres mais influentes do mundo. O ocaso viria poucos anos depois.

Até então, ela é acusada de atuar como laranja de Eduardo Santos: “Estamos a viver um acerto de contas”, disse na terça-feira passada (7), em sua conta de Twitter. 

No dia 30 de dezembro de 2019, a Procuradoria-Geral da República de Angola decretou o bloqueio das contas de Isabel e seu marido, o filho de banqueiro e colecionador de arte Sindika Dokolo em quatro bancos angolanos, fora o bloqueio de ações mantidas por eles. 

A suspeita envolvendo a magnata envolve o prejuízo de mais de 1 bilhão de dólares por meio de negócios envolvendo estatais do país: a Sodiam, de exploração de diamantes; e a Sonangol, de petróleo. A suspeita é de que as estatais foram utilizadas para operacionalizar esquemas de corrupção. Em relação aos diamantes, suspeita-se de que Isabel e seu marido arquitetaram a venda de diamantes abaixo do preço de mercado para suas empresas e lucrava com a venda das pedras para joalherias. No caso da empresa de petróleo, Isabel é acusada de captar recursos da empresa para seus negócios e nunca ressarcir a estatal. Ela nega qualquer irregularidade nos negócios e atribui o bloqueio a um movimento político para desestabilizar a família Santos.

Conforme descoberto pela Operação Lava-Jato, durante os anos de gestão petista, os presidentes do Brasil e da Angola conquistaram uma relação de parceria, com a anuência do BNDES. Lula fechou com o angolano uma série de parcerias e investimentos, com a colaboração do Clube das Empreiteiras, desmantelado pela força-tarefa, e fechavam projetos no país financiados pelo BNDES, realizados pelas empreiteiras brasileiras.

Do total de 489 milhões de reais em propinas pagas à alta cúpula petista entre 2009, no fim do segundo mandato de Lula, e 2014, ano em que presenteou Dilma Rousseff com a reeleição, 364 milhões vieram da Odebrecht.

Relação entre Odebrecht e Isabel

A empreiteira é sócia da empresa de petróleo comandada por ela e detém exatos 15% da companhia. Em seu acordo de delação, o ex-manda-chuva da empresa Marcelo Odebrecht revelou o acerto de propinas para o PT relacionados aos contratos conquistados em Angola. Um acordo de delação premiada que a empreiteira enviou 50 milhões de dólares para financiar a reeleição de Santos. A ascensão e queda da mulher mais rica da África está umbilicalmente conectada à empresa que um dia foi a maior companhia privada do Brasil.
 

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