PT processa Moro por divulgar, há quatro anos, conversa entre Lula e Dilma
Para o partido, o então juiz da Lava Jato agiu com dolo

Foto: Agência Brasil
O PT processou o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, após quatro anos e três meses que o ex-juiz federal divulgou a interceptação da conversa entre a então presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. De acordo com a revista Veja, o PT quer aproveitar a volta de Moro à “planície”, sem foro privilegiado, e processá-lo por interceptação sem autorização judicial.
O deputado federal Paulo Teixeira (SP), secretário-geral do partido, entrou com uma notícia-crime no Ministério Público do Paraná, com o pedido que seja aberta uma ação penal para responsabilizar Moro por aquele episódio. Outros cinco advogados assinam o texto, entre eles o procurador aposentado Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça de Dilma.
Na medida, o PT se baseia na linha de que o tempo mostrou que Moro, ao divulgar aquela conversa, agiu com dolo, com intenção de atingir o núcleo do PT e ciente de que estaria descumprindo a lei, argumentam. “Como consequência, o clima de instabilidade política no país foi profundamente agravado, pois o modo como foram divulgados (por Moro) as conversas privadas e a interpretação que lhes foi dada (pelos investigadores) sugeria alguma conduta ilícita dos ex-presidentes”, diz a ação.
Atualmente, ainda segundo a revista, os petistas acusam Moro de interferir a favor de Bolsonaro, e que essa suposta atitude lhe garantiu o cargo de ministro. Ao longo desses anos, Moro falou algumas vezes, em entrevistas, sobre o episódio da divulgação da conversa entre os petistas em 2016. Moro afirmou nessas declarações que “as pessoas tinham direito de saber a respeito do conteúdo daqueles diálogo”, que a Constituição foi respeitada, que é “obrigatório que esses assuntos sejam trazidos à luz do dia”.