‘Punição é inevitável’, diz Barroso ao reforçar gravidade dos crimes cometidos no 8 de janeiro
Presidente do STF afirmou que brasileiros foram da ‘indignação à pena’ em caso da cabeleireira

Foto: Agência Brasil/Valter Campanato
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta sexta-feira (28) que a gravidade dos crimes cometidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 justifica as punições aplicadas. Ao comentar o caso da cabeleireira Débora Rodrigues, que pichou a estátua da Justiça com batom, ele disse que a “punição é inevitável” e, “se mais adiante, vai reduzir a pena, é outra discussão”.
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“A não punição desse episódio pode fazer parecer que, na próxima eleição, quem não estiver satisfeito, pode pregar a derrubada de governo ainda eleito, podendo invadir prédios públicos. Não é bom para a democracia, nem para o futuro do país, que prevaleça esse tipo de visão”, afirmou Barroso.
Segundo ele, as penas foram elevadas devido ao número de crimes praticados. “O Brasil tem uma característica que, na hora que os episódios acontecem, as pessoas têm uma indignação profunda e, depois, na medida em que o tempo passa, elas vão ficando com pena. Vamos da indignação à pena”, completou.
As declarações foram feitas após o ministro Luiz Fux pedir vista no julgamento de Débora Rodrigues. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, votou pela condenação a 14 anos de prisão, acompanhado por Flávio Dino. Fux, no entanto, divergiu da pena aplicada.
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