Quando a orelha passa a cabeça
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Ontem no 2° Fórum dos Conservadores da Bahia, ocorrido em Feira de Santana, o ministro Joao Roma deu, enfim, uma explicação que mostrou que o BO com o ex-prefeito de Salvador ACM Neto é realmente pesado. Roma - que foi até meio patético afirmando que "cada um siga seu caminho e sejam felizes " - como se na política a coisa funcionasse assim e como se ACM Neto, diante de seu posicionamento político e sua forma meio egocêntrica de agir, fosse achar "fofinho" que a "orelha" criada por ele, conseguisse hoje, ser uma "cabeça" mais visível e até mais poderosa do que o próprio. Roma foi cirúrgico na data do rompimento, 12 de fevereiro, dia da sua nomeação como Ministro de um governo xingado e desmerecido quase que diariamente por Neto, que, sem poder se associar a esquerda pura - leia-se PT - acredita que ele pode ser a opção da "terceira via nacional" para receber apoio politico nas eleições para o governo da Bahia em 2022.
Que Roma vai atrapalhar MUITO ACM Neto caso também saia candidato ao governo da Bahia? Vai sim porque votos serão divididos e, com isso, Neto perde muita força. Que muitas pessoas vão dizer que Roma não foi leal a Neto quando aceitou um cargo não indicado pelo ex-parceiro, vão sim. Mas vamos pensar: que outra chance Roma teria de virar Ministro caso continuasse se mantendo disponível as decisões do ex-prefeito e, assim como Jutahy - que se candidatou ao senado em 2018 acreditando que Neto seria candidato ao governo - ou Zé Ronaldo, que na dependência das decisões do ex-prefeito, foi colocado em situação quase que vexatória para cobrir o buraco deixado por este? Roma, caso continuasse sendo um "Menudo", poderia perder oportunidades politicas porque estaria dependente da "tábua de maré das chances de ganhar" de Neto em querer se candidatar ou não e entrar na longa fila de "prestadores fieis" que hora dessas terão sua oportunidade reconhecida.
Certamente não deve ter sido uma decisão "confortável" e mais ainda, não deve ter sido fácil avaliar o peso do julgamento alheio. O que se deduz disso tudo afinal, foi que Roma colocou a cabeça - antes, somente uma "orelha" de ACM Neto - no jogo politico do Estado. Com isso -ai sim- uma opção de "terceira via local" surge para proporcionar a Bahia a chance de variar um pouco a já cansativa repetição da dupla politica PT/DEM.
Que se dê a Roma o que for de Roma e vamos ver até onde a incrível "estória" da orelha que passou a cabeça consegue chegar!