Quase metade das famílias venderam itens pessoais para conseguir renda extra na pandemia, diz pesquisa
Maioria iniciou atividades extras para pagar contas em atraso
Foto: Divulgação | Geraldo Bubniak/AEN
Já é um fato que o cenário pandêmico causou prejuízos financeiros em todas as famílias brasileiras. Contas em atraso, falta de comida, aluguel para pagar... São muitos os motivos de preocupação. Uma pesquisa realizada pela Acordo Certo, empresa de renegociação de dívidas, apontou que cerca de 49% das famílias brasileiras tiveram que vender itens pessoais para conseguir uma renda extra e 91% dos entrevistados apontaram a pandemia como o principal fator da crise.
Situações como pagamento de dívidas ou contas em atraso (40%), perda do emprego fixo (37%) e aumento das contas dos domicílios (31%) foram as principais motivações citadas pelos entrevistados para a busca de uma atividade extra.
Gisele Santos faz parte dessa estatística. Desempregada há dois meses, ela contou ao Farol da Bahia, que teve que vender a máquina de lavar e um aparelho de som para tentar suprir as contas apertadas. Ela também tem apostado na venda de doces na internet.
"Desde que fui demitida tenho tentado me virar como posso. Aperto um gasto aqui, outro ali, pra tentar dar conta de tudo. Também passei a vender doces na internet e agora acho que vou apostar em fazer marmitas", explicou.
Segundo a pesquisa, entre as atividades extras que os brasileiros têm procurado, 22% estão relacionadas com a própria profissão. Em seguida, vêm as atividades domésticas (19%), venda de comida (17%), venda de produtos de catálogo (13%), venda de vestuário (10%) e motorista por aplicativo (9%).
Além disso, 77% dos entrevistados disseram que gostariam de ter uma atividade extra para conseguir uma renda extra, porém não sabem qual ramo seguir. O levantamento também aponta que 47% dos brasileiros têm o trabalho fixo como principal fonte de renda e 27% têm renda por causa de alguma atividade extra.
A Acordo Certo também abordou uma questão importante: o papel do auxílio emergencial para essas famílias. 53% dos entrevistados afirmaram que receberam o benefício, sendo que 85% alegam que tiveram a renda prejudicada com o fim do auxílio e 30% ficou com prejuízo até para fazer compras básicas.
Mais da metade dos consumidores também revelaram que contam com a nova rodada do auxílio e vão usar o dinheiro para comprar alimentos ou itens básicos (68%), pagar contas do dia a dia (42%) ou dívidas atrasadas (35%).