Quatorze pessoas são presas em operação contra fabricação e venda de anabolizantes ilegais no RJ
Investigações apontam que produtos foram vendidos para 26 estados brasileiros e tinham até repelentes de insetos na fórmula
Foto: Reprodução/TV Globo
Uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prendeu 14 pessoas, na manhã desta terça-feira (14), suspeitas de participação em um esquema de fabricação e comercialização de anabolizantes clandestinos.
O grupo patrocinava grandes eventos de fisiculturismo e atletas profissionais para alavancar as vendas. O esquema chegava a pagar R$ 10 mil para influenciadores divulgarem as marcas. Em seis meses, R$ 80 milhões foram movimentados com o negócio.
Entre os presos, está o líder da quadrilha, Miguel Barbosa de Souza Costa Júnior, encontrado em uma casa de luxo em São Gonçalo. No muro da residência estavam expostas placas com dizeres ameaçadores: “Propriedade particular — invasores serão alvejados; sobreviventes serão alvejados novamente” e “Atenção — da cerca pra dentro agimos igual ao STF — acusamos, julgamos e executamos a pena!”.
Placas no muro da casa de Miguel Barbosa de Souza Costa Júnior
Reprodução/TV Globo
Segundo o delegado Luiz Henrique Marques, trata-se do maior grupo de revenda de anabolizantes clandestinos do Brasil. As substâncias foram comercializadas para 26 dos 27 estados brasileiros.
Ao todo, 23 mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Rio de Janeiro e Distrito Federal. 23 pessoas foram denunciadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) por associação criminosa, crime contra a saúde pública e crimes contra as relações de consumo.
Embalagens dos anabolizantes clandestinos
Reprodução/TV Globo
Os produtos apresentavam substâncias tóxicas e nocivas para seres humanos, como repelentes de insetos. As marcas não têm registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Entre elas estão a Next, Thunder Group, Venon, Pharma Bulls, Supreme, Kraft, Phenix e Blank.
As investigações tiveram início em junho de 2024, após uma parceria com o setor de fiscalização dos Correios, que identificou grandes quantidades de substâncias anabolizantes enviadas diariamente para diversos estados.
Mais de duas mil substâncias ilícitas foram apreendidas, o que gerou um prejuízo de mais de R$ 500 mil ao grupo criminoso.