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Economia

Queda de exportações para a Argentina impacta superávit do Brasil com Mercosul, diz Itamaraty

Elas passaram de US$ 14,9 bilhões entre janeiro e outubro do ano passado para US$ 11,2 bilhões no mesmo período de 2024

Por FolhaPress
Ás

Queda de exportações para a Argentina impacta superávit do Brasil com Mercosul, diz Itamaraty

Foto: Diego Baravelli/MInfra

Uma queda de mais de 20% nas exportações do Brasil para a Argentina impactou o superávit que o país vinha mantendo com o Mercosul, disse nesta segunda-feira (2) a secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Padovan.

Além de Brasil e Argentina, o Mercosul é formado por Uruguai, Paraguai e, agora, Bolívia. Os presidentes desses países se reúnem no final da semana em Montevidéu para a cúpula do bloco, que terá como principal tema a possível conclusão das negociações comerciais entre o Mercosul e a União Europeia.

"No ano passado o Brasil exportou US$ 23,5 bilhões, ou 6,9% das nossas exportações, para países do Mercosul; e importou US$ 17 bilhões, equivalente a 7% das importações totais brasileiras. Foi um superávit de US$ 6,5 bilhões, o que é muito relevante. Infelizmente este ano o superávit caiu por conta da queda nas exportações para a Argentina", declarou Padovan.

As exportações do Brasil para a Argentina sofreram uma queda brusca, segundo dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). Elas passaram de US$ 14,9 bilhões entre janeiro e outubro do ano passado para US$ 11,2 bilhões no mesmo período de 2024.

Durante briefing à imprensa sobre a cúpula do Mercosul, Padovan creditou essa contração ao ajuste promovido na Argentina pelo presidente ultraliberal, Javier Milei.

"Acho que é reflexo do ajuste geral da economia argentina, da queda do poder aquisitivo. Existem indicadores positivos, macro, mas existe um aumento da pobreza, aumento do desemprego e existe a queda no rendimento das pessoas dos trabalhadores, dos aposentados. Acho que isso necessariamente indica queda nas vendas", disse Padovan.

"É a única explicação, de um ano para o outro você ter uma queda de 20%... O que mudou este ano? Entrou um novo governo argentino que quis promover um ajuste bastante forte. Então isso tem implicações, infelizmente negativas, para nós. Basta dizer o seguinte: nós tínhamos um superávit de US$ 6,5 bilhões no ano passado em relação às nossas exportações para o Mercosul. Agora praticamente equilibrou."

Sobre as negociações com a União Europeia, o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Mauricio Lyrio, disse que uma última rodada de negociações ocorreu na última semana, em Brasília, e que questões pendentes foram submetidas aos líderes dos dois blocos.

"Estamos vendo de forma positiva o desenrolar das negociações. O próprio presidente Lula já fez referência ao fato de que tem a expectativa de que tenhamos a conclusão das negociações até o final do ano", disse Lyrio.
 

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