Queiroga afirma que exigência de passaporte sanitário é "totalmente descabida"

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, nesta sexta-feira (27), que exigência de passaporte sanitário para frequentar locais é uma medida "totalmente descabida". Segundo o ministro, a melhor alternativa é incentivar a vacinação. 

Na saída de uma clínica que trata doentes renais, no Rio de Janeiro, em que visitou junto ao presidente da República da Guiné-Bissau, general Umaro Sissoco Embalô, o ministro respondeu algumas questões da imprensa e criticou o passaporte. 

"A Constituição, no Artigo 5°, tem como princípio fundamental a liberdade. A vacinação é uma política do governo federal que visa combater o caráter pandêmico da covid-19. Agora mesmo, nós temos a vacina na primeira dose e na segunda dose. Então eles têm a vacina completa. E aí resolvemos fazer um reforço. Qual é o passaporte? Eu acho uma exigência descabida, na minha opinião. Totalmente descabida”, disse.

Segundo Queiroga, a queda nos casos de Covid-19 é resultado apenas da vacinação e, as medidas tomadas por municípios, como de exigir o comprovante de vacinação para frequentar locais, prejudicam a estratégia. 

"Agora no mês de agosto serão distribuídas 80 milhões de doses. No mês de setembro, no mínimo, 60 milhões de doses. No mês de setembro receberemos 50 milhões de doses da vacina Pfizer. Mais de 220 milhões de doses distribuídas à nossa população. Queda de 60% dos casos em dois meses. Queda de 58% dos óbitos em dois meses. Por que nós conseguimos isso? Porque nós atuamos de maneira conjunta com estados e municípios. De tal maneira que essas medidas pontuais que municípios lançam pouco ajudam ao enfrentamento à pandemia da Covid-19", declarou.

Ao ser questionado de que forma a sociedade poderia ajudar a incentivar as campanhas de vacinação, o ministro defendeu a divulgação e afirmou ser contra imposições, como do uso de máscaras. 

“A população brasileira quer se vacinar. Uma das maneiras é a imprensa nos ajudar, como tem feito, informando bem a população. Passaporte não ajuda em nada. Tudo que é imposição, que é lei, o Brasil já tem um regulamento sanitário que é um dos mais avançados do mundo. Se você começar a restringir a liberdade das pessoas exigindo passaporte, carimbo, querer impor por lei uso de máscara, para estar multando as pessoas, indústria de multas, nós somos contra isso”, disse.

Além disso, Queiroga afirmou usar o equipamento de segurança por saber que é "importante", não por imposição.

“Eu uso a máscara porque entendo que é importante, não é porque tem uma lei que se você não usar máscara vai lhe multar. A gente tem trabalhado fortemente para que as medidas não-farmacológicas sejam adotadas. Mas o principal aliado para por fim à pandemia é a vacinação. Não tem dúvida disso.”, concluiu.