Queiroz presta depoimento no MPF sobre suposto vazamento da operação Furna da Onça
Operação investiga caso de corrupção na Alerj, onde Queiroz foi assessor de Flávio Bolsonaro

Foto: Reprodução/GloboNews
O ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz presta depoimento na tarde desta quinta-feira (3), sobre a suspeita de vazamento da operação Furna da Onça, deflagrada pela Polícia Federal em 2018. Ele chegou ao Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro por volta de 14h20 e deve ser ouvido às 15h pelo procurador da República Eduardo Benones, coordenador do Controle Externo da Atividade Policial do MPF no Rio. A filha dele, Nathália, também irá depor.
A operação investiga um caso de corrupção na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), onde Queiroz foi assessor do então deputado estadual e hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Na ocasião, a investigação apura se de fato Flávio Bolsonaro soube da Operação Furna da Onça, em 2018, com antecedência. A denúncia foi feita pelo empresário Paulo Marinho, ex-aliado do senador Flávio Bolsonaro.
De acordo com Marinho, o senador ficou sabendo da operação, realizada em 8 de novembro de 2018, porque as informações foram vazadas por um delegado da Polícia Federal a três assessores e amigos dele, em outubro, entre o primeiro e o segundo turno das eleições de 2018. Ainda segundo o empresário, Flávio teria exonerado Queiroz de seu gabinete por causa desse aviso. E o então deputado federal também exonerou a filha de Queiroz, Nathalia, do gabinete dele na Câmara dos Deputados. As exonerações foram antes do segundo turno da eleição presidencial daquele ano.
Operação
A operação Furna da Onça, que foi deflagrada em 8 de novembro de 2018, culminou na prisão de diversos parlamentares do estado do Rio e levou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) a investigar as movimentações dos deputados.
Foi durante essa operação que os investigadores chegaram ao nome de Queiroz, suspeito de administrar um esquema de "rachadinha" (confisco de parte dos salários de servidores) no gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), atualmente senador e na ocasião deputado estadual. Na investigação da "rachadinha", o Ministério Público do Rio considera Flávio Bolsonaro como chefe de uma organização criminosa.
Fabrício Queiroz e a mulher, Márcia Aguiar, estão em prisão domiciliar desde julho. O ex-assessor chegou a passar 22 dias em regime fechado, mas foi autorizado a ir para casa pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha.