Reforma tributária se aproxima da votação na Câmara com ajustes finais debatidos
Zona Franca de Manaus, Fundo de Desenvolvimento Regional e impacto no setor de serviços são temas em destaque
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Às vésperas da votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, os articuladores políticos estão debatendo os ajustes finais ao texto do relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Na mesa de discussões estão os incentivos à Zona Franca de Manaus (ZFM), os valores do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) e o impacto da reforma no setor de serviços.
Segundo apuração da CNN, a expectativa é que o texto seja votado entre a próxima quarta-feira (5) e quinta-feira (6). Os deputados envolvidos na articulação da matéria projetam um amplo apoio, próximo aos 400 votos favoráveis.
A redação final do texto, a ser apresentado na quinta-feira (23), receberá apenas ajustes "residuais" antes de ser levado ao plenário. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), espera ter um texto consensual até a votação.
Fundo de Desenvolvimento Regional
O texto preliminar da reforma prevê que o FDR terá um crescimento progressivo de 2029 a 2033, alcançando o valor de R$ 40 bilhões. No entanto, segundo apuração da CNN, esse valor pode ser elevado em cerca de R$ 10 bilhões. Governadores manifestaram interesse em receber R$ 75 bilhões do fundo.
Quanto à distribuição desses recursos, governadores das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo defendem a alocação do dinheiro com base em dois critérios: inversão do PIB (maiores recursos para estados mais pobres) e tamanho da população. No entanto, esse modelo enfrenta resistência de outras unidades federativas que acreditam que seriam prejudicadas por essa abordagem.
Zona Franca de Manaus
O substitutivo de Ribeiro também preserva os incentivos fiscais da ZFM. Segundo a redação, esses incentivos serão mantidos por 50 anos, até 2073.
Haverá possibilidade de alterações nas alíquotas e nas regras para creditar os dois impostos que compõem o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual. Essa regra também se aplica a outras áreas de livre comércio estabelecidas até 31 de maio de 2023.
Impacto no setor de serviços
O setor de serviços tem demonstrado preocupação com a reforma tributária em tramitação no Congresso, pois estima-se que a carga tributária para as empresas desse ramo possa aumentar.
Questionado sobre as divergências do setor, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a manutenção do Simples Nacional e a redução das alíquotas para educação e saúde atendem às demandas.
Além de manter o Simples Nacional, o texto preliminar da reforma estabelece que a alíquota será de 50% da alíquota padrão do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) para diversos setores, incluindo serviços de educação, serviços de saúde, dispositivos médicos e medicamentos.