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Registros de violência contra pessoas LGBTQIA+ cresceram mais de 1.000% no Brasil, mostra Atlas

Alta é puxada, principalmente, pelo número de ataques a pessoas transexuais

Por FolhaPress
Ás

Registros de violência contra pessoas LGBTQIA+ cresceram mais de 1.000% no Brasil, mostra Atlas

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O total de registros de violência contra pessoas LGBTQIA+ no Brasil cresceu 1.227% de 2014 para 2023, segundo o Atlas da Violência, produzido pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Eram 1.157 no primeiro ano observado, saltando para 15.360 no último. O relatório, com dados dos sistemas de saúde estaduais, foi divulgado nesta segunda-feira (12).

Os registros são baseados na ficha de notificação de violência do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde. Estão incluídos casos de violência física, psicológica ou moral, sexual e financeira ou econômica, além de tráfico de seres humanos, negligência ou abandono, trabalho infantil, intervenção legal, tortura e outros.

A alta é puxada, principalmente, pelo número de ataques a pessoas transexuais. De 2014 para 2023, a violência contra mulheres trans deu o maior salto, passando de 291 para 3.524 casos, crescimento de 1.110%.

Percentualmente, ocorrências contra homens trans aumentaram ainda mais, 1.607%, passando de 78 para 1.332. Por último, os casos de violência contra travestis foram de 27 para 659 nesse período, um crescimento de 2.340%.

Segundo os pesquisadores, a interpretação dos dados apresentados deve ser feita com cuidado. Isso porque, dizem eles, a produção de indicadores a respeito da população LGBTQIA+ no Brasil é limitada, sendo a coleção de dados dos sistemas de saúde uma das únicas oficiais.

Tais números, porém, não indicam motivação do crime —assim, é impossível afirmar que os casos de violência se originaram na LGBTfobia.

Ainda assim, os dados podem refletir três fatores principais, dizem os autores do estudo: o crescimento real da vitimização de pessoas LGBTQIA+; o aumento do número de pessoas autoidentificadas enquanto dissidentes sexuais e de gênero; e a expansão dos estabelecimentos de saúde que passaram a integrar a base nacional de informações.

"Contudo, o aumento substancial de casos de violência parece indicar, efetivamente, aumento na prevalência de violências sofridas exclusivamente pelo grupo social em questão", ou seja, homofobia e transfobia, afirma a pesquisa.

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