Brasil

Registros de violência doméstica caem mais de 27% durante quarentena

Confinamento faz mulheres terem mais dificuldades para ter acesso a uma delegacia

Por Da Redação
Ás

Registros de violência doméstica caem mais de 27% durante quarentena

Foto: Reprodução

Desde o início da quarentena, órgãos internacionais de proteção de mulheres alertam para o aumento de casos de violência doméstica no mundo. No Brasil, um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, obtido com exclusividade por Universa, revelou que ao longo desses meses os registros policiais de agressão física caíram significativamente, o que sugerem que as vítimas não estão conseguindo pedir ajuda. No entanto, o feminicídio aumentou 2,2% em relação ao mesmo período de 2019.

De acordo com a diretora executiva do Fórum, Samira Bueno, o órgão já esperava que o número de registros e denúncias caíssem pelo fato da dificuldade da mulher acessar delegacias nesse período. "O que preocupa é que as mortes de mulheres estejam aumentando. Além disso, há alguns estados em que percebemos uma subnotificação de feminicídios, como no Ceará, que registrou o dobro de casos de homicídios de mulheres em comparação com o ano passado, mas somente um feminicídio a mais. Isso mostra um problema na classificação da violência de gênero que precisa ser resolvido com urgência", disse. 

Segundo o Fórum, entre março e maio de 2020, os registros policiais e lesão corporal dolosa contra mulheres caíram 27,2% nos 12 estados monitorados, em comparação ao período do ano passado. 

Já o indicativo, divulgado em junho, mostrou um aumento de 22,2% dos casos de feminicídio, entre março e abril. No entanto, o órgão explica que o aumento foi de 2,2% em relação ao último ano, já que o total desse ano, até maio, foi 189 crimes, e em 2019, foram 185.

Samira explica que o número só não foi maior porque alguns estados conseguiram frear a violência doméstica possibilitando à vítima fazer o registro e pedir uma medida protetiva pela internet. "Um exemplo disso é São Paulo, que disponibilizou os serviços da delegacia eletrônica e teve uma queda no número de feminicídios, de 21 casos em abril para oito em maio."

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