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'Rei dos empréstimos' é preso pela PF suspeito de movimentar R$ 2 bilhões com empresas fantasmas

Jobson Antunes e a esposa, Cláudia Márcia, criavam companhias de fachada e usavam identidades falsas

Por Da Redação
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'Rei dos empréstimos' é preso pela PF suspeito de movimentar R$ 2 bilhões com empresas fantasmas

Foto: Reprodução/Fantástico

O empresário fantasma Jobson Antunes Ferreira, que ficou conhecido como "rei dos empréstimos, foi responsável pela movimentação de mais de R$ 2 bilhões com empresas que só existem no papel. As informações são do programa Fantástico, da TV Globo.

O suspeito é um ex-oficial da Marinha Mercante, que também atendia pelos nomes de Afonso Martins, Domingos Sávio, João Batista, Gilson Ferreira ou outros 30 diferentes.

Ele contava com o auxílio da esposa, Cláudia Márcia, que também colecionava identidades. "A minha esposa assinando fica perfeito. Letra de mulher, meu amigo, fica igualzinho. Ela já treinou e tudo", disse em uma gravação divulgada pelo Fantástico nesse domingo (24).

Segundo a Polícia Federal, Jobson Antunes, além de ostentar ser um dos maiores empresários do país, também recebia títulos de um dos maiores estelionatários do país e chefe de uma organização criminosa. Ele e a esposa foram presos na última quinta-feira (21).

Conforme as investigações, o suspeito praticava estelionatos há mais de 25 anos, sendo o primeiro registrado em Itaipuaçu, na Região Metropolitana do Rio, nos anos 2000. Na época, ele tinha uma empresa de material de construção que não ia bem. Para conseguir empréstimos, passou a criar empresas falsas com outros CNPJs, sempre no mesmo endereço. Conseguiu dinheiro e fez disso uma rotina, com ajuda de gerentes de bancos públicos e privados.

"Eu vou logo te dizer, eu costumo dar 5% para gerente e normalmente vou dar 5% para você. Porque tudo tem que ser pago, né, querida? É um agrado. É uma retribuição aí pelo trabalho."

De acordo com a PF, as empresas eram criadas com ajuda de contadores. "Os contadores diziam para os antigos sócios que tinham dado baixa na empresa, só que a empresa, na verdade, era transferida para uma outra pessoa, um laranja, para que pudesse funcionar como uma empresa de fachada", disse o delegado.

Segundo a PF, as empresas fantasmas eram sempre do mesmo ramo de algo real que funcionava no endereço. Em um minimercado, a polícia identificou 30 mercearias registradas no mesmo local.

"As empresas não tinham qualquer produção, elas não vendiam qualquer produto. Elas simplesmente existiam de forma contábil. Então estavam todas regulares, só que não tinha um funcionário, não tinha nenhum produto, não tinha nenhum estabelecimento", explicou o delegado Bruno Bastos.

Para algumas das empresas, Jobson variava os nomes de sócios, então, recrutava laranjas e pagava qualquer preço. Alguns deles reclamavam de falta de pagamento. "Bom dia, mestre! Logo no começo, aquela primeira vez que eu fui aí, que nós agilizamos negócio de documento e tal, o Leandro me deu mil reais, pô! Até hoje, entendeu? Já vai fazer três meses!", disse um deles em mensagem de áudio.

Jobson respondeu: "E lembro muito bem, tá no áudio. Ele falou: 'pode usar o meu nome à vontade, eu só quero o meu dinheiro'. E eu te dei e te dei mais. Meu irmão, não abusa não, cara."

Segundo a PF, até gerentes de banco recebiam vantagens para liberar empréstimos. "O ideal é dinheiro, mas nem sempre começa logo de cara com dinheiro. Tem uns que a gente começa dando uísque, depois eu dou um celular, daqui a pouco é com dinheiro, tudo certo", relatou Jobson.

Por meio de nota, o advogado Jair Pilonetto, que representa o casal, disse que “os acusados não cometeram os crimes imputados a eles e que a inocência dos dois será comprovada no decorrer da instrução processual”.

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