Relator da Previdência quer incluir Estados e municípios, mas governadores se desentendem
Em resposta a João Dória (PSDB), o governador Rui Costa (PT) informou que os governadores do Nordeste "não baixarão a cabeça ou aceitarão qualquer tipo de chantagem ou pressão"
Foto: Montagem
O relator da reforma da Previdência (PEC 6/2019) Samuel Moreira (PSDB) disse que o esforço, depois da leitura do parecer nesta quinta (13), seria incluir Estados e municípios a partir de diálogo com os governadores. Porém, a guerra entre os governadores indica que esse consenso está longe de ser alcançado. Rui Costa (PT) usou as redes sociais para registrar que os governadores do Nordeste "não baixarão a cabeça ou aceitarão qualquer tipo de chantagem ou pressão" em referência às críticas de João Dória (PSDB) pelo que seria uma falta de envolvimento dos chefes do Executivo no apoio ao texto.
O governador do Piauí, Wellington Dias (PT) falou que não foi fácil fechar o compromisso assumido na terça, quando os até os governadores da oposição aceitaram conversar com sua bancadas para se chegar aos 308 votos necessários para aprovar a matéria no Plenário da Câmara. A reunião foi feita em Brasília e contou com 25 governadores e vices.
"Deixou de ser a grande proposta da previdência para União, Estados e Municípios, setor público e setor privado, para a reforma da União", opinou e lamentou que o acordo selado pela busca do equilíbrio na Previdência tenha sido rompido. Já na quarta-feira (12), foi confirmado que os entes ficariam de fora da primeira versão do texto.
De toda forma, o relator fez questão de repetir diversas vezes que os Estados e municípios podem ser incluídos no dia da votação da reforma, seja na Comissão seja no Plenário. "O processo de negociação liderado por Rodrigo Maia [presidente da Câmara] continua, para um grande entendimento nacional", explicou.
"É importante que os governadores venham apoiar a reforma para os deputados se sintam confortáveis com esta unidade", pediu.
Um dos integrantes da Comissão Especial que analisa a reforma, o deputado federal Arthur Oliveira Maia (DEM-BA), divulgou um vídeo em que colocou que os pontos retirados pelo parlamento (mudanças para a aposentadoria dos trabalhadores rurais e para o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), capitalização e a desconstitucionalização) deixam a reforma semelhante à que ele relatou no ano passado.
"É um texto igual ao que eu relatei no governo passado, e foi taxado por Rui Costa durante a campanha como o fim da aposentadoria do brasileiro", registrou o deputado que cobrou "coerência" do governador da Bahia, que sinalizou que com estas alterações, poderia apoiar a reforma atual.