Relatório da ONU aponta abusos e crimes de guerra por forças russas na Ucrânia
Investigação independente revela evidências de tortura, estupro e violações dos direitos humanos durante a invasão russa
Foto: UNICEF/Oleksii Filippov
Um recente relatório elaborado por investigadores independentes de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) revela evidências de abusos e possíveis crimes de guerra cometidos pelas forças russas contra civis e militares detidos na Ucrânia. A divulgação das descobertas foi feita pela Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre a Ucrânia, estabelecida pelo Conselho de Direitos Humanos há dois anos, e destaca o impacto da invasão russa iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
Relatos de tortura, estupro e tratamento brutal foram compartilhados por um soldado ucraniano e ex-prisioneiro de guerra, descrevendo uma série de abusos que incluem ossos quebrados e gangrena. O líder da Comissão, Erik Møse, em Genebra, enfatizou que tais relatos revelam um tratamento implacável que infringe severamente a dignidade humana, resultando em trauma físico e mental duradouro.
O relatório, baseado em testemunhos de centenas de pessoas, detalha abusos de direitos humanos e violações do direito humanitário internacional pelas forças e autoridades russas. Destaca o cerco e bombardeio indiscriminado de Mariupol, o uso de tortura e estupro contra civis e prisioneiros de guerra, e a transferência ilegal de crianças para a Crimeia ocupada pela Rússia, entre outros crimes.
As evidências apresentadas sugerem violações dos direitos humanos e do direito humanitário internacional, bem como possíveis crimes de guerra, exigindo investigações adicionais para determinar se algumas situações configuram crimes contra a humanidade.
O relatório também aborda as profundas preocupações sobre alegações de intenção genocida, observando o "incitamento direto e público para cometer genocídio" pela mídia russa. Declarações desumanizantes e incitação à violência foram destacadas como motivo de preocupação.
Espera-se que o relatório seja apresentado ao Conselho de Direitos Humanos na próxima terça-feira, 19 de março, reforçando a necessidade de responsabilização por violações graves dos direitos humanos e crimes de guerra na Ucrânia.