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Relatório da PF aponta “atuação direta e relevante” de Bolsonaro em propagação de fake news sobre urnas

Em julho, o presidente afirmou repetida vezes que mostraria provas sobre fraude nos equipamentos

Por Da Redação
Ás

Relatório da PF aponta “atuação direta e relevante” de Bolsonaro em propagação de fake news sobre urnas

Foto: Agência Brasil

Um relatório da Polícia Federal, em posse do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) aponta uma "atuação direta e relevante" do presidente Jair Bolsonaro (PL) em propagação de notícias falsas envolvendo as urnas eletrônicas utilizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

As informações são da Veja. O documento foi assinado pela delegada da PF Denisse Dias Rosas Ribeiro. 

Durante transmissões ao vivo no mês de julho, Bolsonaro afirmou repetida vezes que traria provas sobre uma suposta fraude nas urnas eletrônicas. No entanto, não apresentou nada além de dados. 

“Este inquérito permitiu identificar a atuação direta e relevante do Exmo. Sr. Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO na promoção da ação de desinformação, aderindo a um padrão de atuação já empregado por integrantes de governos de outros países”, afirmou a delegada.

Após colher depoimento de dois peritos federais que se reuniram com o presidente em 23 de julho, em que o chefe do Executivo apresentou uma planilha que reuniria as supostas irregularidades na apuração de votos da eleição de 2014, que elegeu Dilma Rousseff, a PF concluiu que “o processo de preparação e realização da live foi feita de maneira enviesada, isto é, procedeu-se a uma busca consciente por dados que reforçassem um discurso previamente tendente a apontar vulnerabilidades e/ou possíveis fraudes no sistema eleitoral, ignorando deliberadamente a existência de dados que se contrapunham a narrativa desejada, quase todos disponíveis em fontes abertas ou de domínio de órgãos públicos”.

“Restou caracterizado pelas narrativas das pessoas envolvidas que a chamada live presidencial foi um evento previamente estruturado com o escopo de defender uma teoria conspiratória que os participantes já sabiam inconsistente, seja pelos alertas lançados pelos peritos criminais federais, seja porque a mesma fonte que forneceu o suporte (pesquisas na internet) também fornece dados que se contrapõem às conclusões alcançadas”, escreveu a delegada na decisão. 

Em conclusão, o inquérito afirma que a transmissão aconteceu “com o nítido propósito de desinformar e de levar parcelas da população a erro quanto à lisura do sistema de votação, questionando a correção dos atos dos agentes públicos envolvidos no processo eleitoral (preparação, organização, eleição, apuração e divulgação do resultado), ao mesmo tempo em que, ao promover a desinformação, alimenta teorias que promovem fortalecimento dos laços que unem seguidores de determinada ideologia dita conservadora”.

A live presidencial poderá ser investigada “no contexto de atuação de uma suposta organização criminosa que está em operação”, concluiu a delegada.

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