Relatório do CNJ aponta expansão do Comando Vermelho no Rio após restrições do STF
Documento revela aumento da atuação territorial da facção após decisão sobre operações em favelas
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O relatório final elaborado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no contexto da ADPF nº 635, conhecida como ADPF das Favelas, trouxe à tona a expansão do Comando Vermelho no Rio de Janeiro após as restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2020. O documento, enviado ao STF na última segunda-feira (8), revela detalhes alarmantes sobre a segurança pública no estado. As informações são da Coluna de Guilherme Amado do portal Metrópoles.
A ADPF nº 635, que restringiu operações policiais em favelas durante o período da pandemia entre 2021 e 2022, e agora permite apenas operações comunicadas previamente ao Ministério Público do Rio de Janeiro, foi o ponto de partida para a análise do CNJ.
O relatório foi elaborado por um grupo dedicado que acompanhou de perto a segurança pública carioca, mostra um aumento significativo nos confrontos territoriais após a implementação das restrições. Segundo o documento, o Comando Vermelho, considerada a maior organização criminosa do Rio, tem buscado expandir suas operações e ampliar seus domínios territoriais.
Especificamente a partir de 2021, o Comando Vermelho intensificou sua atuação, disputando territórios principalmente na zona oeste do Rio, historicamente controlada pelas milícias. Além disso, a facção tem investido em retomar territórios antigos que estavam sob domínio de outras facções, como o Terceiro Comando Puro (TCP). Entre esses territórios estão favelas localizadas no Centro do Rio, como o Complexo de São Carlos e o Complexo do Fallet-Fogueteiro-Turano.
O relatório do CNJ oferece uma visão crítica e detalhada da dinâmica da segurança pública no Rio de Janeiro, destacando a complexidade do cenário e a necessidade de medidas efetivas para enfrentar o avanço do crime organizado e garantir a proteção da população.