Relatórios da Abin apontam supostos articuladores do 8 de janeiro, diz jornal
Entre os citados estão o presidente da Aprosoja e um reservista do Exército
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Documentos sigilosos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) revelam informações sobre os supostos articuladores dos atos que contestaram a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas e culminaram na invasão às sedes dos três Poderes em Brasília, ocorrida em 8 de janeiro deste ano. Segundo os relatórios, os episódios foram articulados por um grupo composto por produtores rurais, juntamente com um núcleo de pessoas identificadas como "incitadoras" da depredação de prédios públicos. A informação é do jornal O Globo.
No documento intitulado "participação de lideranças do agronegócio em atos antidemocráticos e em ações de contestação do resultado eleitoral", a Abin detalha a atuação do Movimento Brasil Verde e Amarelo (MBVA), que reúne produtores rurais. De acordo com a agência, integrantes do MBVA “lideraram” bloqueios de caminhoneiros em novembro de 2022, em Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Roraima, com o objetivo de “contestar” a vitória de Lula nas eleições daquele ano.
A agência disse ainda que o MBVA contou com o apoio da Associação Brasileira dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja) para articular os atos. O movimento tem como "general" Antônio Galvan, presidente da Aprosoja. O produtor rural foi alvo de um inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) por supostamente apoiar atos contra a democracia e já foi alvo de mandado de busca e apreensão em 2021.
Veja os nomes citados
Antonio Galvan: O presidente da Aprosoja é apontado pela Abin como “general” do Movimento Brasil Verde e Amarelo (MBVA).
Jeferson da Rocha: A Abin cita o advogado e produtor rural como outro “líder ideológico” do MBVA. Nas redes sociais, ele publicou um manifesto defendendo a anulação do segundo turno das eleições de 2022 e divulgou carta pregando colocar “freios” em membros do STF.
Marcelo Soares Correa: A Abin destaca a participação do reservista do Exército no dia 8 de janeiro. Segundo agentes infiltrados, na caminhada rumo ao Congresso, ele disse que “o limite do pacífico acabou”.
Symon Albino: Conhecido como Symon Patriota, é apontado como um dos principais “incitadores” dos atos. Teria articulado uma viagem que levou a Brasília extremistas de Campinas (SP).
Ana Priscila Azevedo: Citada como “incitadora”, está presa preventivamente por ordem do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Ela gravou vídeos dizendo que queria “colapsar o sistema” e “tomar o poder de assalto”.