Rendimento total médio na Bahia tem queda de 15,4%, aponta IBGE
Resultado é uma comparação entre os anos de 2020 e 2021
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Em 2021, o rendimento médio mensal real de todas as fontes da população na Bahia ficou em R$ 1.454, mas o valor é 15,4% menor que o registrado em 2020, quando havia sido de R$ 1.719. Esse resultado segue sendo a maior e mais intensa para o estado desde o início da série histórica da PNAD Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012.
A queda fez o rendimento médio total dos baianos do último ano chegar ao menor patamar nos nove anos e levou o estado a cair três posições no ranking nacional para esse indicador, da da 7ª menor renda total em 2020 para a 4ª menor em 2021.
O rendimento médio mensal inclui salário e outras fontes de renda, como aposentadorias, aluguéis, aplicações financeira, pensões, auxílios, etc.
Cenário nacional
De modo geral, no Brasil, o valor do rendimento médio real ficou em R$2.265 em 2021, 5,1% menor do que em 2020. Segundo o IBGE, houve quedas em quase todas os estados, com exceção Roraima (+3,2%) e Rio de Janeiro (+0,2%).
Nacionalmente, o rendimento médio do trabalho foi de R$ 2.476 em 2021, 6,1% menor do que no ano anterior. No ano passado, o “salário médio” na Bahia foi o 3º mais baixo do país, acima apenas de Piauí (R$ 1.483) e Maranhão (R$ 1.494). O estado caiu cinco posições nesse ranking, já que, em 2020, ficava com o 8º menor.
Além da queda no salário médio, entre 2020 e 2021, a renda total baiana também foi impactada negativamente pelas mudanças nos critérios e valores dos diversos auxílios emergenciais pagos pelos governos.
Desigualdade salarial recua na Bahia entre 2020 e 2021
Embora a queda no rendimento de trabalho tenha atingido todas as faixas salariais na Bahia entre 2020 e 2021, não foi igual para todas as pessoas.
De 2020 para 2021, na Bahia, os 10% de trabalhadores com os menores salários médios, que representavam um grupo de 483 mil pessoas, tiveram um discreto ganho salarial, de R$ 166 para R$ 169 (+1,8%).
A partir dessa faixa salarial, todas as demais acumularam perdas, que, em linhas gerais, cresceram conforme aumentava o rendimento médio. As maiores quedas chegaram a -33,1% entre os 10% de trabalhadores com maiores rendimentos (535 mil pessoas, cujo salário médio real recuou de R$ 9.256 para R$ 6.195 entre 2020 e 2021), e a -44,5% para o 1% com maiores rendimentos (53 mil trabalhadores, que passaram de um salário médio real de R$ 30.279 para R$ 16.796).
Redução salarial entre homens faz desigualdade de rendimento cair
Entre 2020 e 2021, na Bahia, a redução salarial foi maior entre homens (-24,8%) do que entre as mulheres (-12,5%), o que levou a histórica desigualdade de rendimento por sexo ao menor nível desde o início da série da PNADC, em 2012.
No ano ano passado, as mulheres rabalhadoras ganhavam, em média 8,7% menos do que os homens, ou R$ 1.493, frente a R$ 1.635. Ou seja, a cada cada R$ 10 que um homem recebia, uma mulher recebia R$ 9,1.
Por nível de instrução, a maior perda salarial ocorreu entre os trabalhadores com ensino superior completo (-27,1%), enquanto houve ganhos salariais reais entre quem tinha apenas o ensino fundamental (+16,0%) ou o ensino médio completo (+6,9%). Assim, em 2021, ter concluído um curso superior representava ganhar 2,7 vezes o que ganhava alguém só com ensino médio (R$ 3.859 frente a R$ 1.512). Um ano antes a relação era de 3,6 vezes.
O quadro foi semelhante na análise das desigualdades por cor ou raça. Entre 2020 e 2021, os trabalhadores auto declarados brancos tiveram uma queda média do salário maior (-23,8%) do que a dos pretos (-14,2%) e dos pardos (-19,7%). Assim, no ano passado, enquanto o salário médio dos brancos era R$ 2.366, o dos pretos ficava em
R$ 1.352 (-42,9%) e o dos pardos, em R$ 1.441 (-39,1%).
Ou seja, para cada R$ 10 que uma pessoa branca recebia, uma preta recebia R$ 5,7 e uma parda ganhava R$ 6,0. Um ano antes, a relação era de R$ 5 para R$ 10 e R$ 5,8 para R$ 10 respectivamente.