Reparo de obras de arte pode chegar a R$ 1 milhão, diz Museu do Senado
Informação foi passada pela chefe do Serviço de Gestão de Acervo Museológico
Foto: Pedro França/Agência Senado
Após às invasões que ocorreram no Congresso Nacional no último domingo, a equipe do Museu do Senado e dos serviços de conservação e reparação da Casa estima que a recuperação do acervo histórico pode custar cerca de R$ 1 milhão.
Uma estimativa inicial, que, além do acervo histórico e artístico, inclui vidraças, carpetes e outros elementos construtivos, é de danos totais entre R$ 3 e R$ 4 milhões, de acordo com a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka.
A informação sobre os tesouros históricos foi passada nesta sexta-feira (13) pela chefe do Serviço de Gestão de Acervo Museológico (Segam), Maria Cristina Monteiro.
"Na verdade ainda não existe um orçamento fechado. O levantamento de preços leva um pouco de tempo, porque é uma pesquisa de mercado. Mas em média a gente está orçando em torno de R$ 800 mil a R$ 1 milhão de custo de obras de arte. Mas pode ser que esse valor seja menor, porque algumas pessoas passaram o valor da obra em si. Precisamos detalhar o valor somente da restauração. Então, ainda não temos esse valor detalhado", disse.
Veja a lista de danos ao acervo do Museu:
No Salão Nobre:
Tapeçaria de Burle Marx: rasgada, embolada, suja de urina e arremessada na entrada da galeria do Plenário. Para restaurar: higienização parte a parte, pois a peça é antiga.
Quadro "Ato de Assinatura do Projeto da 1ª Constituição", de Gustavo Hastoy: tentaram derrubá-lo e não conseguiram. A parte inferior da moldura foi danificada, além de alguns arranhados na pintura. Para restaurar: é preciso retirá-lo da moldura, banhada a ouro e com 3 metros de largura. A pintura deve ser colocada sobre uma plataforma de madeira, com auxílio de uma estrutura de ferro a ser montada pontualmente para o reparo.
Quadros de Urbano Villela na Galeria dos Presidentes: quatro foram totalmente perdidos e serão refeitos pelo próprio artista. Outro será restaurado pelos profissionais do próprio Senado.
Tinteiro de bronze da época do Império: amassado e dobrado ao meio. Para restaurar: aquecimento do metal.
Vitrine com fotos e réplica da Constituição: vidro estilhaçado. Para restaurar: reposição do vidro.
Mesa de centro vinda do Palácio Monroe: teve o tampo lascado e uma coluna lateral danificada. Para restaurar: trabalho da própria equipe do Museu.
Painel vermelho de Athos Bulcão: sofreu arranhões devido aos estilhaços. Para restaurar: serão necessários três vidros de 20 ml de tinta vermelha específica, cada um ao preço estimado de R$ 800.
Tapete persa de decoração do dispositivo de receptivo dos chefes de Estado: foi encharcado e possivelmente sujo de urina. Para restaurar: lavagem inicial para verificar se necessita de outra intervenção.
Na presidência:
Quadro de Guido Mondim: foi arrancado da moldura e jogado ao chão. Para restaurar: avaliação das avarias e recolocação na moldura.
Mesa de trabalho do século 19, que pertenceu aos palácios dos Arcos e Monroe: totalmente danificada, com partes e pedaços espalhados por diversos pontos da Casa. Para restaurar: ainda é incerta sua recuperação. É preciso recolher todas as partes e tentar recompô-la com novas peças de madeira.
Plenarinho:
Cadeira que pertenceu ao Palácio Monroe: braço quebrado. Para restaurar: recolocação da peça.
Cafezinho dos senadores
Uma cadeira do designer Jorge Zalszupin.