Representantes pretos da OAB Bahia assinam manifesto por igualdade em Brasília
Conselheiro da Ordem dos Advogados na Bahia destacou a necessidade de maior representatividade nos altos cargos
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O Conselho Federal da OAB recebeu nesta segunda-feira (18) os representantes da Advocacia Negra do Estado da Bahia, que assinaram um requerimento visando algumas alterações dos critérios da composição da lista sêxtupla para as vagas que são destinadas à advocacia pelo Quinto Constitucional, em forma de um manifesto pela igualdade racial da categoria em Brasília.
"A representatividade nos altos cargos da Ordem é imprescindível para adequar a instituição aos ideais de justiça e harmonia social, por isso, nós, advogados e advogadas que combatemos as injustiças e o racismo, devemos agir, para “sermos a mudança que queremos ver no mundo“! É necessário que seja feito um grande esforço para se evitar casos explícitos de racismo como o que acabamos de presenciar diante da cassação de um deputado de São Paulo. É preciso que a sociedade esteja ciente de que o Brasil é multiplicado e que todos somos frutos da mesma árvore.", disse Carlos Sampaio, conselheiro da OAB Bahia e Vice Presidente da Comissão de prerrogativas da mesma Ordem, em entrevista exclusiva ao Farol da Bahia.
O texto considera a aprovação da resolução n°001/202-CP da Sociedade da Bahia, que trata de regras de paridade e equidade racial para a composição da lista, e a resolução 5/20 do Conselho Federal da OAB, que modifica o Regulamento geral do Estatuto da OAB para paridade de gênero de 50% e a politica racial para negros, pretos e pardos no percentual de 30% nas eleições da pasta.
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Confira aqui o documento na íntegra.
O episódio mencionado pelo Conselheiro Carlos Sampaio é o que o vereador paulistano Camilo Cristófaro teve o mandato cassado na tarde da última terça-feira (19) por um ato de racismo.
O parlamentar foi acusado de racismo em agressão acontecida no mês de maio de 2022, quando durante uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Aplicativos, ele afirmou que ''não lavar a calçada é coisa de preto, né?''.
Na ocasião ele estava participando da sessão de forma remota e não percebeu que o microfone estava aberto. Cristófaro se tornou o primeiro parlamentar da história da Câmara de SP a ter um mandato cassado por racismo.