Residência médica pode diminuir as filas dos hospitais públicos na Bahia

A Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) do Ministério da Educação (MEC) acaba de autorizar a implantação de programas de residência médica em cirurgia bariátrica no país. A intenção é que, a médio e longo prazo, mais profissionais estejam amplamente capacitados a oferecer o procedimento, reduzindo assim, a espera pela cirurgia bariátrica em hospitais públicos. 

“Essa é uma importante conquista para todos  e é mais um passo para consolidar a cirurgia bariátrica, que já é uma área de atuação, em especialidade médica definitivamente”, comenta o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Marcos Leão Vilas Boas.

“Com a criação de residências médicas em cirurgia bariátrica poderemos formar cirurgiões mais capacitados, reduziremos os custos do tratamento, e agilizaremos ainda mais o atendimento dos pacientes do SUS, e com isso diminuir as filas de espera no país”, afirma.

Os hospitais que tenham interesse em ter residentes em cirurgia bariátrica devem se inscrever por meio de formulário no site do CNRM. O prazo termina no dia 31 de agosto de 2019.

Após o credenciamento provisório, uma Comissão Estadual de Residência Médica irá vistoriar o hospital para validar o programa. Depois de credenciado, os hospitais poderão abrir concurso para o ano de 2020.

Para que o médico ingresse na residência em cirurgia bariátrica, é necessário ter concluído pelo menos  dois anos em cirurgia geral, para quem iniciou o programa até o ano de 2018 e três anos para quem iniciou a cirurgia geral a partir de 2019.

Segundo Roberto Kaiser, membro da Comissão de Educação Continuada da SBCBM, a residência médica em cirurgia bariátrica é fruto de um trabalho que estava em desenvolvimento desde o reconhecimento pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) do procedimento como área de atuação em 2015.

“A SBCBM vinha trabalhando para que fossem criadas residências médicas na especialidade de cirurgia bariátrica vinculada à cirurgia do aparelho digestivo e cirurgia geral em conjunto com a Associação Médica Brasileira (AMB) para levar a proposta à Comissão Nacional de Residência Médica”, conta Kaiser.

Na Bahia - O estado possui atualmente uma população de 283 mil pessoas elegíveis à cirurgia bariátrica, sendo que destas, 251 mil pessoas seriam pacientes elegíveis pelo SUS. Em contrapartida, o Estado da Bahia é o que apresentou uma das maiores quedas no número de procedimentos realizados entre 2008 e 2016 (86%) segundo o Data SUS.