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Michel Telles

Responsáveis por mais de R$ 1 trilhão da economia nacional, indústria de alimentos e Food Service seguem em expansão!

Aos detalhes...

Por Michel Telles
Ás

Atualizado
Responsáveis por mais de R$ 1 trilhão da economia nacional, indústria de alimentos e Food Service seguem em expansão!

Foto: Divulgação Assessoria

Em franco desenvolvimento, o mercado de Food Service é uma das frentes de trabalho que mais crescem em território nacional. Para analisar o desenvolvimento do setor em 2023 e expor expectativas para 2024, o Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo) realizou, na última semana, o Webinar "Mercado e Canais do Food Service". 

A iniciativa contou com a participação do gerente de Economia e Inteligência Competitiva da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), Cleber Sabonaro, e do diretor da Galunion Consultoria em Foodservice, Renato Lutti. A mediação do encontro foi realizada pelo Diretor-presidente da Richard Saigh Indústria e Comércio S/A e vice-presidente do Sindustrigo, Christian Saigh.

Para Sabonaro, o desenvolvimento do setor é orientado pela qualidade e pela força da parceria entre indústria, operadores, distribuidores e todo o ecossistema que compõe a frente de trabalho que, segundo ele, “é uma cadeia de valor que contribui para a segurança alimentar e nutricional da população brasileira e mundial”.

Em panorama geral, a indústria brasileira de alimentos como um todo faturou em 2023 cerca de R$ 1,161 trilhões, representando 10,7% do PIB nacional, que totalizou R$ 10,856 trilhões. Neste cenário, o mercado interno foi responsável por 73% do consumo, com R$ 851 bilhões, e as exportações 27%, com R$ 310 bilhões.

O setor também investiu R$35 bilhões, montante dividido entre inovações, com 19,18 bilhões, e fusões e aquisições, com 16,79 bilhões. As vendas no mercado interno somaram R$ 616,2 bilhões no varejo e R$ 234,9 bilhões no Food Service, com altas de, respectivamente, 11,9% e 8,3% em termos nominais, quando comparado ao ano anterior. No que se refere à representatividade da frente de trabalho, o Food Service é responsável por 27,6% do mercado atual, enquanto o varejo, 72,4%.

De acordo com o gerente, neste cenário positivo de desenvolvimento do Food Service pode se converter em oportunidades para o futuro do país, na geração de emprego e renda, e inclusive nas exportações de alimentos industrializados e serviços frente aos demais mercados competitivos. “Os países mais desenvolvidos nas cadeias de valor de alimentos tomam partido de suas gastronomias para o bom desenvolvimento de sua imagem e da qualificação de seus produtos nas estratégias de comercialização e relevância. O Brasil é um país de forte gastronomia e o mercado também tem trabalhado para reforçar isso por meio do Food Service”, explicou.  

Apenas em 2023, o setor foi responsável por gerar mais de 70 mil vagas de empregos. Desse número, 67,3% são relacionadas à indústria de transformação. Vale se ressaltar que a frente de trabalho também foi responsável por mais de 260 mil vagas indiretas de empregos.

“O setor tem evoluído com o crescimento da economia brasileira, que se encontra em um patamar moderado. O varejo mantém a sua trajetória de desenvolvimento, mas o Food Service tem trabalhado continuamente para recuperar o espaço representativo visto no período pré-pandemia”, complementa o profissional, ao pontuar que a participação do Food Service nos gastos com alimentos pela população representou 29% em 2023. Para 2024, é esperado que esse número passe para 30%.

Para o próximo ano, Sabonaro definiu alguns fatores de estímulo para o crescimento do setor, são eles: a expansão da massa de renda da população acima do PIB, o abastecimento de matérias-primas que seguem em situação de normalidade e o aprofundamento das parcerias estratégicas de negócios com indústrias, distribuidores e operadores. No entanto, a contínua elevação de juros no país, o custo de mão de obra que se eleva à medida que a taxa de desemprego reduz e a força do home office parcial serão importantes desafios.

Entre as oportunidades que devem estar no radar dos operadores, a transformação digital do consumo, produção e distribuição de alimentos, os novos modelos de negócios, o foco em nutrição com equilíbrio, a flexibilidade para atender as diferentes demandas dos consumidores, a valorização da culinária, a sustentabilidade no gerencialmente de perdas e a gestão de pessoas se destacam.

A cadeia do trigo

Atrelada ao desenvolvimento do Food Service no Brasil, a cadeia produtiva do trigo desempenha papel fundamental para os resultados do setor. Segundo o profissional da ABIA, ela é um dos principais segmentos em operação.

“O crescimento da produção do trigo foi forte no Brasil nos últimos anos estimulada pelos preços internacionais. Ao analisar o mercado interno, atualmente 60% do produto consumido no Brasil é produzido no próprio país, o que representa um fator de segurança no abastecimento face aos conflitos geopolíticos e das mudanças climáticos no mundo, que tem atingido importantes países produtores de trigo”, destacou.

Entre as tendências na panificação artesanal, frente de grande representação mercadológica, o gerente pontua a fermentação natural, a valorização de ingredientes naturais e sustentáveis, as dietas especiais e segmentações, a experiência sensorial e a inovação, a tecnologia e o relacionamento com clientes, a estética e a apresentação como fatores de atenção para atrair cada vez mais consumidores.

Tal atração foi detalhada pelo diretor da Galunion Consultoria em Foodservice, Renato Lutti, ao apresentar resultados de pesquisa que analisou a visão dos operadores de Food Services do Brasil. A iniciativa levou em consideração o recorte composto por 5.675 unidades e 464 marcas.

Para Lutti, é nítido como o consumidor brasileiro tem se mostrado cada vez mais atento aos produtos disponíveis para consumo, ou seja, a indústria precisa estar cada vez mais atenta às demandas e suas especificidades.

Em meio às principais formas de fornecimento utilizadas em 2023, se destacaram a compra direta da indústria de alimentos, com 67%, seguida pelo uso de distribuidores especializados em Food Service (44%).

“Em 2024, como também apontou a pesquisa, os principais desafios para os operadores estarão atrelados ao encontro de gente qualificada em contratação e retenção, a atração de clientes, o ajuste de modelo de negócios para torná-lo mais atrativo e a inflação. Esses são pontos que devem estar no radar dos demais profissionais do setor ao longo do ano, para que assim o setor se desenvolva com mais robustez”, frisou. 

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