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Retomada de empregos com carteira assinada prioriza contratação de homens

Segundo o Caged, as mulheres, que já eram minoria entre os empregados formais, perderam ainda mais espaço desde março

Por Da Redação
Ás

Retomada de empregos com carteira assinada prioriza contratação de homens

Foto: Reprodução

Os dados detalhados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), obtidos pela Folha, apontam que após o forte tombo no início da pandemia, o mercado de trabalho formal reagiu no segundo semestre de 2020, mas em ritmo diferente para homens e para mulheres. As recentes contratações de profissionais do sexo masculino para vagas com carteira assinada sobem mais do que para trabalhadoras.

Segundo o Caged, as mulheres, que já eram minoria entre os empregados formais, perderam ainda mais espaço desde março, quando a crise do coronavírus começou a afetar a economia nacional.

Os dados mostram que março, abril e maio foram marcados por um amplo movimento de demissões, em diversos setores de atividade econômica. Apesar da crise, o mercado de trabalho para homens, considerando todos os setores, já se recuperou.

De acordo com o Caged, foram geradas 107,5 mil vagas com carteira assinada para trabalhadores do sexo masculino — resultado entre contratações e demissões de março (início da pandemia) a novembro. Isso quer dizer que há mais homens trabalhando com carteira assinada do que antes da crise da Covid-19.

Para as mulheres, o saldo é negativo. De março a novembro, foram fechados 220,4 mil postos de trabalho formais. Ou seja, há menos profissionais do sexo feminino com carteira assinada. Com isso, o Brasil registra um saldo negativo de 112,9 mil empregos na pandemia — resultado puxado pelas demissões de mulheres.

Em fevereiro, as mulheres representavam 40,75% dos contratos com carteira assinada e os homens, 59,25%. Mas, na conta das demissões, essa proporção não foi seguida: as mulheres foram 47% dos desligamentos na pandemia, enquanto que os homens somaram 53%.

De acordo com a nota técnica emitida pelo Ministério da Economia, a diferença no efeito da crise dependendo do gênero está relacionada a características da crise. “Os setores com maior participação de mulheres [como comércio e serviços] foram mais afetados pelo fechamento de postos de trabalho, em decorrência das medidas de distanciamento social para a prevenção de contágio”.

O mercado de trabalho para as mulheres estava ainda pior até outubro — elas eram 40,17% dos contratos formais do país, bem menor que o nível de fevereiro. Eram mais de 440 mil postos de trabalho fechados para mulheres de março a outubro.

Conforme o Caged, a recuperação se deu em novembro, principalmente com a retomada de contratações no setor de serviços e comércio, onde há maior concentração de trabalhadoras. Isso resultou num recorde de vagas criadas em novembro: 414.556 novos contratos com carteira assinada no mês (considerando homens e mulheres).


 

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