Reunião da ONU discute situação do conflito na Faixa de Gaza

A Assembleia Geral das Nações Unidas realizou na última sexta-feira (17) uma sessão informativa sobre a situação humanitária na crise Israel-Palestina. O evento contou com a participação de chefes de diversas agências da ONU. No encontro, foram debatidas questões do conflito, como a situação dos reféns, a falta de combustível e o sistema de saúde. O presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, iniciou a sessão reiterando o apelo por um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza.

Situação dos reféns

De acordo com o subsecretário-geral de Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, já foram registradas mais de 11 mil mortes em Gaza e há cinco dias não houveram atualizações, devido à queda dos sistemas de comunicação.

Ele enfatizou que os 240 reféns mantidos em Gaza incluem bebês e pessoas idosas e precisam ser libertados imediatamente. Griffiths defendeu que eles recebam tratamento humanizado e possam receber visitas do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Crise do combustível

Griffiths também afirmou que o combustível é “essencial para manter as pessoas vivas”. Apesar da entrada de 24 mil litros do insumo realizada nos últimos dias, a demanda é 10 vezes maior, e chega a 200 mil litros por dia.

A vice-comissária geral da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (Unrwa), Nathalie Boucly, afirmou que mais da metade das casas em Gaza foram destruídas e que a agência abriga metade da população deslocada. Nos abrigos, as condições são precárias, “com centenas de pessoas dividindo um único banheiro”.

Boucly afirmou que as operações da Unrwa precisam de pelo menos 120 mil litros de combustível por dia para atender as necessidades de eletricidade, água e saneamento das 810 mil pessoas que estão nos abrigos da agência. A Unrwa também oferta combustível para as poucas padarias e hospitais que ainda funcionam.

O diretor geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus, alegou que a pequena quantidade de combustível que entrou esta semana já acabou. Ele afirmou que foi estabelecido um acordo para o aumento do fornecimento de combustível a Gaza.

Tedros também alegou que o sistema de saúde em Gaza está “à beira do colapso” e alertou para o risco de interrupção do tratamento de milhares de pessoas com câncer, doenças cardiovasculares, diabetes e condições renais. Apenas 10 dos 36 hospitais de Gaza ainda funcionam, com apenas 1,4 mil leitos. O diretor enfatizou a necessidade de fornecer equipamentos para os profissionais de saúde.