Risco às eleições está no Brasil e não no Telegram, declara Diretor do InternetLab

O diretor do InternetLab, Francisco Brito Cruz, afirmou, neste sábado (19), que todos os aplicativos de trocas de mensagens podem acolher grupos extremistas, o que apenas coloca o Telegram em uma lista de plataformas que conseguem facilitar a distribuição de desinformação. 

Em entrevista ao Estadão, Cruz destacou que, "não dá para cravar que o Telegram" abriga mais extremistas do que os outros e que é o Brasil que "oferece risco" num processo eleitoral "muito tenso e muito digital". "Qualquer intermediário que esteja resistente em assumir responsabilidades nesse processo pode impactar negativamente e trazer riscos".

A suspensão da plataforma no Brasil foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, por conta da diferente postura do Telegram "sobre pedidos de entrega de dados e de cooperação com autoridades".

"Entre as maiores plataformas no Brasil, ele foge ao padrão porque não estabeleceu um time robusto de resposta a decisões judiciais ou de cooperação com autoridades legitimamente constituídas", afirmou Cruz.

Além disso, o diretor do InternetLab ressaltou que o aplicativo trabalha com moderação de conteúdo e regras de termos de uso mais "tímida" do que as concorrentes. "O Telegram se apresenta como um lugar para quem pode ter medo da aplicação dessas regras se comunicar sem ser perturbado", completou.