Risco de morte por covid é maior entre negros, mesmo no topo da pirâmide social, diz estudo
Na pesquisa, foram usados dados de 67,5 mil pessoas entre 18 e 65 anos de idade que morreram de covid-19 em 2020
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Um estudo que analisou o perfil de milhares de vítimas da covid-19 em 2020 mostrou que o risco de morte pela doença é maior entre homens negros e mulheres, sejam elas negras ou brancas, do que para homens brancos.
Na Rede de Pesquisa Solidária, pesquisadores de diversas instituições públicas e privadas concluíram que as desigualdades de raça e gênero influenciam no risco de morte, até entre pessoas que exercem as mesmas atividades profissionais e aqueles que estão topo da pirâmide social.
"Pensávamos que a mortalidade dos negros era maior porque trabalhavam em atividades mais expostas ao vírus, mas nem sempre isso é verdade", afirma ao jornal Folha de S. Paulo o sociólogo Ian Prates , pesquisador do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) e coordenador do grupo responsável pelo estudo.
No estudo, foram usados os dados de 67,5 mil pessoas que morreram de covid-19 em 2020, coletados do Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde. Este número equivale a um terço de todas as mortes causadas pelo coronavírus notificadas no período. A pesquisa considerou pessoas entre 18 e 65 anos de idade, com ocupação profissional registrada no sistema do Ministério da Saúde.