Risco de novos motins preocupam governos estaduais
Aumento de 41,7% à PM também virou motivo de preocupação para os demais governadores do país
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Foto: Reprodução
A greve dos policiais militares do Ceará, que teve como um dos episódios emblemáticos o senador Cid Gomes (PDT-CE) baleado, o apoio ao setor por políticos locais ligados ao bolsonarismo e o aumento de 41,7% dado à PM pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), viraram motivos de preocupação para os demais governadores do país.
Em grupo de WhatsApp, que reúne 27 mandatários estaduais e em conversas bilaterais, eles têm manifestado temor de que casos como o do Ceará se espalhem pelo resto do país, afim de causar insegurança na população.
Governadores têm usado expressões como “populismo”, “falta de pulso” e “inexperiência política” para se referir a Zema. Alguns deles disseram no grupo de WhatsApp que simplesmente não têm caixa para bancar aumentos acima da inflação na folha de pagamento.
A justificativa financeira é de que o aumento, de 41,74% escalonados até 2022, será coberto com economia em custeio, reforma da previdência estadual (que ainda não foi aprovada) e aumento da arrecadação.
No entanto, na sexta (21), durante reunião com senadores, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), disse que uma anistia para policiais militares em motim é inegociável. Para ele, o benefício chancelaria atos de indisciplina.