Risco de pegar Covid-19 em aviões é "muito baixo", diz especialista
Foi simulado como os sistemas de fluxo de ar controlam o movimento das partículas
Foto: Hector Retamal/AFP
A Associação Internacional de Transporte Aéreo divulgou um levantamento que mostra que de 1,2 bilhão de passageiros que voaram a partir de janeiro deste ano, apenas 44 pessoas supostamente foram infectadas durante uma viagem de avião.
O médico David Powell reforça que o risco de um passageiro contrair a Covid-19 num voo parece muito baixo. “Com apenas 44 casos potenciais identificados entre 1,2 bilhão de viajantes, isso significa um caso para cada 27 milhões de viajantes. Mesmo se 90% dos casos não fossem relatados, seria um caso para cada 2,7 milhões de viajantes.”
A pesquisa analisou cada uma das empresas de avião e simulou como os sistemas de fluxo de ar da aeronave controlam o movimento das partículas na cabine.
O resultado das simulações mostrou alguns fatores que limitariam a propagação de vírus:
O encosto do assento atua como uma barreira física, evitando o movimento do ar de uma fileira para outra.
Uma alta taxa de ar fresco entra na cabine. O ar é trocado de 20 a 30 vezes por hora a bordo na maioria das aeronaves. Nos escritórios, a média é de 2 a 3 vezes por hora e nas escolas, de 10-15 a vezes por hora.
São usados filtros de ar de alta eficiência (HEPA) com mais de 99,9% de taxa de eficiência na remoção de bactérias/vírus, garantindo que o ar que entra na cabine não seja uma via de penetração de micróbios.
Além disso, em outubro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também divulgou que seria baixo risco de transmissão.
"A transmissão em voo é possível, mas o risco parece ser muito baixo, dado o volume de viajantes e o número pequeno de relatos de casos. O fato de que a transmissão não é amplamente documentada na literatura publicada não significa, porém, que não acontece", disse a OMS em um comunicado à Reuters.